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café na cama ( versão II ) trago a bandeja com torradas morenas enquanto meu olhar passeia pelo quarto mudo me despeço do lado vazio do leito branco e celebro a solidão como o legado de tudo... sorvo de um gole só o café das minhas penas percebendo que as histórias pequenas tornam-se imensas se lhes engrandecemos... então decido, decido num só tranco, que me tranco em cadeia de esquecimento, que toco em frente, que supero o drama de ter quase me apaixonado pelo vilão do filme, sem perceber que o mocinho herói ainda me ama... lá vem ele nos meus sonhos dizer que me quer que me leva a Cuba, Paris, que me faz feliz, sabe mentir como um ator, tem performance de cama, mesa, banho, tem roteiro completo , se quiser, faz mais enredos, desvenda segredos, enquanto tomo o café, me desfaço dos medos, sacudo as poeiras das torradas mastigadas, parto para o novo dia, cumprimento a cada mulher que por sua garra, sua dignidade , ainda souber, reescrever suas novelas de vida, refazer suas fortalezas, suas moradas, para abrigar seus sonhos, suas chances, seus amores, com a maior clareza de idéias, com palavra resolvida, com gostinho de café na cama, de novos sabores... | ||||||||||||||||||||||||||||
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Diz a canção ouço na voz da Betânia "estamos cá dentro de nós" a sós o moço me espreita me quer me lembra me espera me foge me oferece a saudade ouço apesar do silêncio a sua voz e penso no quanto a vida comove no tanto que o corpo move um movimento denso de se fazer presente embora ausente e nada me consola que não seja a incerteza certa que me embola os pensamentos negros falta-me a sua luz a escuridão não deixa vê-lo preciso clarear o mundo para que seu sorriso profundo devolva a paz que me seduz... onde estará o meu Amorrr? pergunta a cantora pergunto eu a amadora queria ser a profissional e não sentir nem mesmo o gozo como fazem as putas, as meretrizes... serão elas tão felizes? não precisam se perguntar depois para onde se foram seus amantes porque tanto no futuro como antes só existem os momentos fugazes os pagamentos, sem sofrimentos... nem sei se ele está vivo no meu tempo só sei que se torna eterno no meu peito e encanta de saudade o meu defeito de querer bem a quem me deixa nem sou puta e nem sou gueixa, sou somente a mulher amada-amante aquela que seguirá na vida, por muitas luas, sóis e terras, a cantar o sentimento forte cuja chama renasce adiante, no olhar perdido no horizonte, de um mar imenso batendo ao norte ao sul, ao leste, quando ele tenta me dizer em que lugar se esconde seu ardor de ser tão somente minha fantasia, meu sonho, como o mar bravio que nos une, como o mar amansado que nos pune, como o oceano infame que nos separa como o sentimento lindo que nos ampara.... Cida Torneros 17/07/06 | ||
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Comentários | ||
Théo Drummond theodrummond@uol.com.br Cida: Eu não saberia responder onde estará o seu amor. Mas, com certeza, diante do seu lindo poema, se o "seu amor" o lesse, voltaria, correndo, para os seus braços. Um beijo do Théo Drummond |
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