terça-feira, 16 de março de 2010

"Forte como o aço", como diria o velho pai...


"Forte como o aço", como diria o velho pai...




Que coisa é essa tão densa e muda,


cheia de suspiros, falante embora,


que não depende de sílabas, é forte,


tem a propriedade de se instalar intensa e fluida,


tudo ao mesmo tempo, como se fosse o último elemento?





Que sentimento é esse tão repleto de surpresas,


fugidio até, mas que não se deixa escorregar sozinho,


e vai levando consigo pedaços de prazer e lembranças,


vai incorporando tantas formas,


e se regigora a cada momento?





Que alegria triste é essa tão incontrolável,


enfeitada de reencontros,


que pede o adeus enquanto implora pela volta,


esse ir e vir,


incapaz de ruir nas pontes entre margens de oceanos,


doidice estranha, forjada em fogo infinito,


é como o aço no vento?


Não se desfaz, não se quebra,


não se enverga, não se corrói...





Parece que até se molda,


mas é de uma eternidade que aquieta


as almas dos seres que o encontram,


dia qualquer, no mundo grande:



o Amor, como diria o velho pai,


tem razão de ser a seu contento ?


Não se explica, não se inventa,


não se domestica, não se constrói...





Parece que até se engana,


mas é de uma mentira,


que alerta os corações dos amantes,


para que busquem dentro, o feliz infante,


o Amor, criança, como diria o velho pai,


tem gosto de mel grudento?

 
Aparecida Torneros
19 de maio de 2006


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