Maracanã

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domingo, 1 de novembro de 2009

Onde estará o meu Amor?

A canção me faz pensar o quanto a vida é frágil quando a saudade bate forte em nosso coração...se aquela pessoa que se ama está distante e não se tem como localizá-la, em dado momento, é mesmo a solidão intensa, de se estar dentro de si, com a escuridão da sua ausência...onde está a luz dos seus carinhos e a iluminada alegria que seu abraço sintetiza? onde se encontra aquele sorrizinho bendito que preenche cada canto do meu sentido da vida? onde se esconde o beijo que ele me promete na estrada como reconforto para o cansaço da caminhada? em que lugar do mundo se aninha agora o seu ouvido atento aos meus gemidos de amor?


Se ele estiver por aí, nem o pertubem os sinos das igrejas, nem o acordem do sonho que tem comigo, deixem-no adormecer e despertar em estado letárgico, dopado de amor por mim, ainda um menino aconchegado ao meu peito, ainda um varão sedento de prazer, ainda um homem que nem sabe o quanto seria capaz de me achar e nunca mais me perder.


Preservem-se suas buscas, delas, captem os solavancos, os percalços, os baixos nas curvas perigosas, façam-se eternas nele, as certezas de que lá estou eu, no fim da rua, na chegada ao pequeno lugarejo onde vive minha doçura e onde guardo ( para ele) o tesouro dos céus, o nirvana da paixão e a bênçao dos enamorados.


Se eu não posso encontrá-lo agora, por questões de geografia, de método ou de dimensões de tempo e espaço, nada nos fará desistir da marcha que empreendemos um na direção do outro...


Onde estará o ser que me comove e me alucina? em que pedacinho de que aldeia de que cidade de que país, ele se prepara para o vôo até meu alvorecer? sou tão infantil nessa hora, porque sinto os folguedos da atmosfera em plena gratidão ao sol que nos surge todas as manhãs e nos junta as bocas... nem consigo me dissociar das imagens de dias e noites corridos em torno de nossos encontros programados e esperançados...

Corra tempo, passe depressa, traga o meu amor em velocidade acima da barreira do som, ponha-no diante dos meus olhos e me deixe extasiar diante do seu raio de luz que me confunde a vista, que me embaça a visão, que me vislumbra com aura grandiosa, a aura que só o amor pode oferecer, o manto resplandescente dos anjos em circuito avassalador, entrarei nessa festa que ele me oferece...


Nada poderá nos afastar do destino que a nós toca com seus fortes arremedos, aqui estamos nós, em compasso de espera, peregrinando por terras desconhecidas, viajando por sendas adversas, saudosos dos recíprocos sentimentos, acalentados pela certeza do quanto é possível desejar um bem e encontrá-lo nessa vida, ainda que seja assim, com o sacrifício da separação por tempos ou por espaços...


Aproxime-se cada energia que dele brota para que meu peito se aquiete e que possamos entender a artimanha dos nossos inconscientes, nós criamos esse amor e o alimentamos de reencontros.

Talvez ele esteja mais dentro de mim e eu dele do que tenhamos condições de mensurar...

Cida Torneros, Rio, 21 de junho de 2009

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