quinta-feira, 24 de setembro de 2009

SÉRIE DE MEU E MINHAS...




Minha Emoção 
 
fidedigna lua 
digna de louvores 
sois quem sois 
para aqueles de ontem 
mesmo agora brilhas 
nos meus olhos 
emocionados... 
imagem amada 
do homem do meu caminho 
vem trazendo arrepio 
em meu genital o carinho 
do beijo borrado, o cio... 
 
querido macho do lugar 
onde deito meu cansaço e velo 
cada respiração, cada luar 
e me emociono tanto que me pelo.. 
 
escalpelada minha tez se treme 
em delírio de prazer solto gemido 
de gozo antes preso porque teme 
a liberdade de não ser mais meu... 
 
e me emociono... 
minha emoção me anestesia 
minha emoção me agonia 
minha emoção me angustia 
minha emoção me traz teu hálito... 
minha emoção me faz infinitamente 
dependente do amor de outrora... 
 
nada será além da sua própria hora 
de chegar e de partir, com o destino... 
e cada emoção de menina ou menino 
refaz em nós o desejo de amar somente...





Meu Amor

Silêncio
Duendes da floresta façam silêncio
Meu Amor adormeceu
Não o incomodem
Com seus cantos inquietos
Ele dorme em mim , bem lá no fundo
e me enternece, me complementa
Anjos , voem sobre ele, mas não o acordem
Deixem Meu Amor dormir
Meu Amor não que abrir seus olhos
e me ver... prefere ignora minha presença
e dentro das minhas entranhas
viaja como um andarilho buscando a crença
de se auto imolar com as saudades tamanhas...
Meu Amor,
por que adormeces no meu regaço
logo esta noite em que eu pensei
que te faria feliz para sempre?

 Minha Paixão 

Acendi o fósforo
e antes de queimar o fumo
do meu cigarro companheiro
deixei queimar meu dedo
por desejo de sofrer
a minha paixão sem paradeiro...
 
A dor do fogo na minha pele
o ardor no meu corpo
o torpor anestesiante em mim
me trouxeram certa dose de lucidez
 
Porque a minha paixão
anda me enlouquecendo aos poucos
me transforma em ser errante
mulher andante de terras vis...
 
Essa fogueira que incinera minha alma
em vida, ninguém duvida, é forte
Essa espada cujo terrível corte
me esfacela em pedaços desconexos,
tem o fio certo para me partir o coração
enquanto me encanta com o perdão
que lhe ofereço ainda, esquecendo a dor
eu redimo o mal que me ocasiona...
 
Minha paixão só me aprisiona
porque eu me entrego, a esse louco amor...

 Minha Razão

 Perdi minha razão
naquele dia 
eu me lembro pouco 
o motivo desse descuido 
ela parecia bem segura 
em meu instinto de sobrevida 
era um pilar de ferro 
eu me orgulhava dela 
não compreendia como podia 
soltar-se de mim naquele dia... 
Não me deixe, dei um berro 
não se vá, razão da minha vida, 
acho que chamei por mil anos 
ecoando nas montanhas minha voz 
pude reverberar sonoridade sofrida... 
Razão da minha vida 
onde foste a me abandonar assim? 
Volte pra mim, volte pra mim... 
Que guardo ainda um rasgo de lucidez 
a me fazer acordar e reconhecer você, 
na noite em que voltar antes do fim... 
 
 
Minha Dor
 
Minha dor não é de ninguém mais
e por ser tão egoisticamente minha
tem a dimensão exata da noite escura
parece imensa...me atemoriza... me castiga
Minha dor nem é de roer as unhas,
ela corrói mesmo os meus ossos, dá frio
me deixa gelada nos flancos, me cega...
 
Quando ela chega, tento fugir, me distraio
canto alto, tapo os ouvidos, mas ela me penetra
como um amante dominador, me abate e me entranha...
 
Minha dor me alucina
Quando eu corro, ela me alcança
Avança sobre mim um estado triste, angustiante,
Me invade o sentido trágico da paixão dolorosa
se a minha dor dilacera minha alma silenciosa...
 
Minha dor não será jamais a de cada pessoa
a quem eu dela queixar ou por ela sofrer à-toa,
porque a dor maior da perda do tempo feliz,
essa ecoa..dentro de mim... sem fim...
 
Minha Paz
 
Busquei minha Paz, esta madrugada
no travesseiro vazio, e me vi tão distante
de cada abraço que um dia dei ou recebi...
Busquei minha Paz na lembrança amiga
de uma tarde de primavera antiga...
 
Busquei minha Paz na solidão do tempo
e acariciei cada ruga do meu rosto cansado
pensando que podia ser a mão do homem
a fazer este gesto de brandura, ao meu lado...
 
Busquei minha Paz na história vivida
quando pensava que podia até ser feliz
e deduzi que tudo não passou de momento
roubado da vida de alguém que esteve comigo...
 
Busquei minha Paz no espelho do armário
observando que ainda podia sorrir e chorar
ao mesmo tempo, revivendo a magia do olhar
enquanto decidia tomar as pílulas do vidro...
 
Busquei minha Paz com a alma entediada
porque era enfadonho repetir pra mim cada dia
o mesmo ritual de me automatizar na casa
no quarto, na cama, na noite, voando sem asa..
                                   
                                 Cida Torneros  

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