domingo, 27 de setembro de 2009

Os três prefaciadores do livro A mulher necessária, de Aparecida Torneros: Zé Dirceu, Vitor Hugo e Theo Drummond


O livro " Mulher necessária" ,da jornalista Aparecida Torneros, conta com três prefácios, um para cada parte em que se divide sua sequência de textos.


Na primeira parte, crônicas espalhadas por sites, blogs, e publicadas por amigos, a introdução é feita pelo publicitário e poeta, Theo de Castro Drummond, que apesar dos seus oitenta e poucos anos, produz como nunca, nos encantando com seus livros de poesias e contos. A autora e ele se conheceram nos anos 80, trabalhando juntos, tornaram-se grandes amigos e costumam trocar versos precedidos de um código:
"acabo de cometer mais esse poema"...


O segundo segmento do livro é composto só de artigos publicados no jornal A Tarde, da Bahia, e conta um belíssimo prefácio do jornalista Vitor Hugo Soares, que à época da colaboração da jornalista-autora, era o editor de opinião daquele jornal. Vitor descreve a troca de correspondência entre Aparecida e ele e se reporta ao tema do livro e do filme "Nunca te vi, sempre te amei", sensação que o invadiu quando leu pela primeira vez um texto dela, e que durante alguns anos, os manteve interligados, semanalmente, enquanto ela enviava artigos para a página três do periódico baiano. Houve um dia em que se encontraram, em Salvador, em 2007, para selar a amizade que se consolidou com a colaboração-homenagem nas páginas da Mulhera necessária.


Na terceira parte do livro, quem enviou o prefácio que antecede artigos publicados no site do Observatório da Imprensa, é o advogado e político José Dirceu, que se tornou amigo da escritora, nos últimos anos, e sobre quem ela produz uma biografia não autorizada, que ele chama de biografia "pirata", a partir de um intenso intercâmbio de informações que Cida ( como ele a chama) e Zé Dirceu vem mantendo diariamente, há mais de 4 anos.


Aí estão os três prefácios!

São, no fundo, a expressão de amizade, companheirismo e sintonia literária que a autora diz se orgulhar de partilhar com os três prefaciadores do seu livro:

Lucidez de jornalista com romantismo de poeta
Théo Drummond




O mestre de todos nós, Gilberto Freyre, que não era implacável e, muito menos, condescendente, foi o maior prefaciador brasileiro. Antes de morrer, além de nos deixar sua obra magnífica, ele ainda publicou dois volumes apenas com prefácios de uma vida inteira.


Isso explica porque fui tomado. de repente, de uma angústia inesperada, ao ler os originais do livro "A Mulher Necessária", textos da jornalista Aparecida Torneros e, ao mesmo tempo, receber o honroso convite pra redigir um prefácio da obra. Como tenho, há anos, um amor de amizade pela autora, não poderia eu me esquivar de dizer a
verdade neste texto.


Acredito que nós, ela e eu, pensamos como Santo Agostinho, quando, em situação semelhante, nos disse que devemos preferir os que nos criticam, porque nos corrigem, aos que nos adulam, porque nos corrompem.


Suas crônicas e artigos mostram como Aparecida Torneros encara a avalia os fatos com absoluta lucidez dos que sabem acompanhar, sob todos os ângulos e aspectos, os acontecimentos muitas vezes contraditórios da vida que hoje vivemos. Sua condição de jornalista, entre tantas outras atividades que exerce, com eficiência e dedicação,
certamente lhe dá suporte para que possa, em suas crônicas e artigos, ser objetiva nas análises e muitas vezes romântica como mulher e poeta.


Mais ainda: ela consegue ver o que está além daquilo que os acontecimentos deixam perceber, o que faz das suas crônicas e artigos uma constante descoberta da própria vida, que ela tão bem retrata neste seu "A Mulher Necessária".


Sempre acreditei que escrever bem ou é facil ou impossível. Para quem tem o talento de Aparecida Torneros foi facíllimo escrever este livro.


Théo Drummond
Jornalista, escritor, publicitário e poeta, 81 anos
Diretor-presidente da Agência 3

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Descobrimentos de Cida
Vitor Hugo Soares


Uma mensagem em minha caixa de correspondência eletrônica, aberta no computador da redação do jornal A TARDE, em Salvador, permitiu o primeiro contato com Aparecida Torneros. Já possuía referências da autora, através das minhas leituras da revista O Cruzeiro e arraigada paixão pela Espanha, que também alimenta textos candentes da jornalista carioca. Cida comentava um artigo meu publicado no Blog do Noblat, lá por volta de 2006, cujo assunto não lembro agora. Mas, não esqueço a sensação do profissional compulsivo diante daquela correspondência - uma das mais interessantes, generosas e bem escritas que já havia recebido em larga trajetória.


Então eu editava a página de Opinião do jornal de maior circulação do Nordeste, em fase de reformulação. Não hesitei: digitei um e-mail em resposta, no qual convidava a autora da mensagem a mandar do Rio de Janeiro uma colaboração semanal para o diário baiano, com temática aberta, opinativa e sempre vinculada a fatos do cotidiano brasileiro e internacional.


Leitor compulsivo e doente incurável pelo cinema, acrescentei uma confissão ao convite. Disse a Aparecida que, em sua mensagem, ela se assemelhava a personagem da minha devoção literária e cinematográfica: Helene Hanff, a jovem escritora desconhecida que um dia, em outubro de 1949, envia desde Nova Iorque uma carta a "Marks & Co.", a livraria situada no nº 84 da Charing Croos Road, em Londres. Apaixonada pelo conhecimento, maníaca por livros, extravagante, e às vezes sem um tostão, a senhorita Hamff reclama do livreiro londrino Frank Doel que descubra na Inglaterra volumes raros de edições praticamente impossíveis de encontrar, para apaziguar a sua sede de descobrimentos.


A história fascinante de 20 anos de correspondência entre Helene e Frank, com final pungente, está no livro "84, Charing Cross Road", que décadas depois se transformaria no fascinante cult cinematográfico com Anne Bancroft, de sugestivo título nos cinemas brasileiros: "Nunca te vi, sempre te amei". Obra sedutora, que nos põe em sintonia com a humanidade... "nos proporciona um bálsamo para o espírito, e uma proteção contra as crispações da vida contemporânea", como sintetizou o "The New York Times", ao comentar a obra.


Arroubos à parte, o fato é que os anos seguintes revelariam a extrema felicidade e acerto do convite. Os artigos com a assinatura de Aparecida Torneros, publicados semanalmente com zelo e merecido destaque em página nobre do jornal baiano, ganhou legião de leitores prazerosos, atentos, participativos. Textos como "As pontes de Brasília", "Marina, guerreira premiada", "Banquetes e migalhas", "Os sem namorado", entre dezenas de outros, enchiam a caixa eletrônica da editoria de Opinião de vibrantes comentários e elogios. Alguns, no entanto, renderiam à autora, raivosas e ameaçadoras mensagens de vigias do preconceito e da intolerância de plantão.
Jamais a indiferença, pois isso é praticamente impossível diante de um texto de Aparecida Torneros, como se comprovará mais uma vez, cabalmente, com a leitura de "A mulher necessária".


Vitor Hugo Soares
jornalista, articulista do Blog do Noblat e jornal Tribuna da Bahia, foi chefe de redação e das sucursais do Jornal do Brasil e da Veja em Salvador e editor no jornal A TARDE.


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Cida conta e canta nossa gente, nossa vida !
José Dirceu


Conheci a Cida, a Maria Aparecida Torneros, na vida,na luta,enfrentando o processo de cassação e depois a campanha para desconstituir minha historia e minha vida.


Recebi dela, de graça,como se diz, afeto,apoio e solidariedade, coisas raras nos dias de hoje,no mundo em que vivemos,mas foi assim que entrei na vida da Cida e ela na minha.


Conheci a mulher, a profissional, a guerreira, a jornalista, a escritora, a sonhadora, a sofredora, uma mistura de muitas Marias que vivem e lutam em nosso Brasil.Por ela conheci e aprendi mais sobre a vida e nosso povo,sim de nossa cultura e historia,já que Cida é uma contadora de historias e retratista do nosso dia a dia,vive com paixão tudo o que nos acontece e chora,ri,sofre,festeja, nossas vitorias e derrotas,nossas ilusões e desilusões.


Jornalista e escritora, tem peleado para que eu autorize que escreva uma biografia sobre minha vida e caminha para fazê-lo não autorizada,numa cumplicidade que foi se consolidando via internet,via blogs,via vida,fatos e atos que vão nos unindo e nos aproximando.


O livro que publica, “A Mulher necessária”,retrata um pouco dessa historia,sem importância,entre dois brasileiros que se encontraram, Cida e Ze Dirceu,mas retrata mais, conta e canta nossa gente e nossa vida,da vida da Cida. Como ela diz,dos 38 anos de profissão e encontros,desencontros, de suas raízes espanholas, de seu Rio de Janeiro, de sua profissão, de ser mulher,mãe e companheira,dos amores perdidos e não achados,dos nossos heróis e vilões, da imensa vontade de viver de Cida e de sua inesgotável paixão pelo nosso povo e pelo Brasil,de seu amor pela vida, tudo que nos une e nos anima a lutar todos os dias, a ser felizes.


Ler seu livro é fazer parte dessa historia, e refazê-la para continuar a lutar, que seja o primeiro de muitos,descontando a biografia “pirata” que não vale a pena escrever,já que ainda estamos bem vivos e juntos na mesma caminhada.


José Dirceu


advogado, articulista, líder estudantil da geração 68, ex-ministro chefe da Casa Civil da Presidência da República.


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