quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Esperança, a estátua vive...

Esperança, a estátua vive...

  sinto-te tolo
  atolado, por outro lado,
  sinto-te longe
  afastado, de certo modo...

  sinto-te denso
  sensitivo, daquele jeito,
  sinto-te bobo
  pensativo, quebrado peito...

  sente-me toda
  amargurada, da minha parte,
  sente-me fraca
  arrependida, antes tarde...

  sente-me intensa
  apaixonada, de quatro patas,
  sente-me saudosa
  emaranhada, e tu me matas...

  sentimo-nos assim
  eu em ti, tu em mim
  interligados, de muitas maneiras,
  sentimo-nos então com asneiras...

  sente-me agora
  sinto-me, embora
  tu nem me fales nada
  eu só te espreito, espero,
  tu só de mim foges, eu quero
  dizer-te que pares, penses, voltes,
  entendas, revejas, contemporizes...

  sentimos o quanto criamos raízes...
  tu te alimentas da minha memória
  eu me fortaleço na tua história,
  nós sabemos que ainda seremos felizes...

                               Cida Torneros

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