sábado, 26 de setembro de 2009

Café de Flore

Cida e Antonio no de FloreSimone e Sartre no de Flore



Paris, 1887. No bairro boêmio de St. Germain de Près, nascia o Café de Flore. Seu nome, inspirado pela estátua da deusa Flora que então ornava o outro lado da rua: 172, Boulevard St. Germain. Por lá passariam e fariam história um sem-número de artistas e intelectuais.

Em 1913, o poeta Guillaume Apollinaire fez do 
Flore seu escritório. Ali, seus admiradores André Breton, Philipe Soupault e Louis Aragon se conheceram e formaram o núcleo francês do Dadaismo, que, após dissidência, em 1918, criaria o Surrealismo. Na década de 1930, o café foi frequentado por importantes escritores, pintores, cineastas e atores da época, como George Bataille, Michel Leiris, Albert Camus, Pablo Picasso, Alberto Giacometti, Jean Vilar, Marcel Carné e Jacques Prévert.

Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir aportaram no 
Café de Flore em 1939. Nas palavras do filósofo-escritor: "Nós nos instalamos completamente: das nove da manhã ao meio-dia, trabalhávamos; saíamos para almoçar e voltávamos às duas, conversávamos com os amigos que tínhamos encontrado até às oito horas. Depois do jantar, recebíamos as pessoas que haviam marcado encontro. Pode parecer bizarro, mas no Flore estávamos em casa."

Durante a ocupação alemã (1940-1944), o velho café se converteu num importante foco da Resistência. Lá se reuniam "o bando" de Jacques Prévert, o grupo comunista de Marguerite Duras e a "família" de Sartre: "Os caminhos do Flore foram para mim, por quatro anos, os Caminhos da liberdade". A atriz Simone Signoret, em suas memórias, diz: "Nasci, numa noite de 1941, num banquinho do 
Café de Flore."

Após a Segunda Guerra, e durante toda a década de 1950, as idéias de Sartre alcançaram uma ressonância sem precedentes, conquistando uma multidão de seguidores. Foram os anos de apogeu do Existencialismo, quando a musa Juliette Gréco e Boris Vian percorriam as "caves" de Paris com alguns dos mais importantes artistas do Jazz americano. O 
Café de Flore tornou-se local de peregrinação para jovens irriquetos, sequiosos de transformação, do mundo inteiro.
Jean-Paul SartreSimone de Beauvoir


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