Maracanã

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quinta-feira, 13 de agosto de 2009

California dreaming...anos 60 e 70...






Conheci a Wilma Edie Espositto em meados de 1968, quando veio ao Brasil pela primeira vez, acompanhando meu tio-avô Obidio. Eram um casal típico americano, embora ambos tivessem sido casados anteriormente com outras pessoas, e tivessem filhos dessas uniões, viviam em Buffallo,ocupando cada qual um piso de uma casa de dois andares, e tinham seus afazeres independentes e assim viveram mais de 25 anos, até ele falecer.

Ela era mãe de 6 jovens norte americanos, tres moças e tres rapazes, que regulavam a minha idade. Os anos ferviam com a guerra do Vietnam, um dos seus filhos fugiu para o Canadá, como desertor, com a ajuda dela, que não o queria ver naquele confronto sem sentido. Duas das filhas mulheres engajaram-se no movimento hippie, e foram para L.A. viver sonho da Paz e do Amor.

Como ela ficou muito ligada a mim, e voltou muitas vezes ao Brasil, por décadas, eu também fui a sua casa, na Flórida, quando se mudou após ter ficado viúva, e pude acompanhar não só o período da rebeldia própria da juventude, dos seus meninos e meninas, como também, quando a visitei, conheci alguns deles, então maduros, e também os netos já crescidos, o que me proporcionou um laço forte com o way of life americano.

Fui a Jacksonville, em 94,com meu filho Léo, minha prima Carmen e sua filha Luciana. Viagem inesquecível, na casa da Edie, que ela esteve no Brasil, pela última vez, em 96, já bem senhora, mas ainda cheia de alegria interior. Faleceu, um pouco depois.

Esta música marca os nossos primeiros encontros, numa época em que os EUA revolucionavam costumes, os jovens estavam questionando a cultura altamente industrializada, e, no Brasil, passávamos pelo triste episódio da ditadura.

Muitas vezes, quando ouço esta canção, revivo aquele tempo em que eu e meu irmão comprávamos os sucessos em vinil, para sentarmos na saleta de casa, com os primos e amigos, jogando partidas de "buraco", e o nosso sonho estava bem distante da California...

Um comentário:

João Videira Santos disse...

Recordar é viver e as tuas recordações levam-nos contigo de palavra em palavra. Parasbéns!
Tens aqui votos muito bonitas.Continuo a pensar que vais à "tal" exposição...Beijos