Maracanã

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domingo, 21 de junho de 2009

Paris, Quartier Latin, o hotel Cujas Pantheon




http://www.cujas-pantheon-paris-hotel.com/

Quartier Latin, Paris Paris, Quartier Latin, o hotel Cujas Pantheon

As ruas do Quartier Latin estavam repletas de gente naquela manhã de sexta feira, em plena primavera, andávamos em direção à rua Cujas, ultrapassando a entrada principal da Sorbone, e alcançando o Hotel Cujas.

Lugar que nos abrigara em outras épocas, muitos anos antes, o pequenino hotel encravado no coração da cidade, no bairro dos intelectuais e dos boêmios, nos recebeu com a sua habitual discrição e a vocação serena de guardar eternamente tantos segredos dos seus milhares de hóspedes, forasteiros que ali chegam em busca do aconchego perfeito.

Um silêncio inusitado se fez em torno de nossas expectativas, e , se o quebramos, ainda que intencionalmente, quase pedimos licença para perturbar a paz dos adormecidos, pois, naquela tarde, alguém nos esclareceu que o tempo não era nada diante das paradas da vida.

E paramos em frente ao hotel para sacar fotos, guardar "souveniers" de nossa passagem pelo Quartier Latin. Logo, saímos de novo para ganhar as calçadas e procurar um pequeno bistrõ onde almoçamos, e rimos à vontade. Vinho à mesa, sorrisos e beijos, enquanto o povo de Paris nos saudava em seu constante ir-e-vir.

Nada nos escapava aos sentidos, e o café, depois da refeição, fomos tomar no De Flore, envolvidos com o romantismo de uma existência atenta ao movimento social ou aos movimentos filosóficos das últimas décadas.

Berço dos pensadores, o bairro nos encantou, mais uma vez, e o hotel Cujas nos esperou para acalmar nossas tensões ao passo que nos descansaria as pernas de caminhantes, e nos aplacaria a sede de peregrinos, ou o assédio de amantes da vida.

Passadas poucas horas, voltamos novamente ao exercício explendoroso de explorar as ruas, as estações de metrô , os trajetos em direção à Gare de Lyon.

Algumas pequenas paradas para cafés e cervejas, em brasseries e balcões de beira de rua, trocando olhares anestesiados com a Paris que se despedia do sol, adentrando a noite da sexta, com pompa, com festa, com gente se cruzando entre nós, como enxame de insetos ávidos de emoção.

Mais alguns passeios antes de retornarmos pela terceira vez, no mesmo dia, ao Hotel Cujas. Agora, já a noite ia alta e nossos pés, cansados e intensos, nos revelavam a conquista dos nossos pequenos sonhos, era preciso nos reconhecermos melhor envoltos numa aura mágica, disso tínhamos certeza, e nem questionáriamos os porquês, já que era imperativo viver.

A noite avançou entre nossos diálogos e carinhos, a manhã do sábado invadiu a janela do quarto do Cujas, um sol intenso aqueceu nossos abraços, e os "croassants" perfumados fizeram do gosto de Paris um delicioso e inesquecível sabor de sábado com amor.

Deixamos o Hotel em direção à rue de Remmes, para que viajássemos , depois pra bem longe dali.

Ainda uma vez, ao olharmos o Quartier Latin, foi possível lembrar alguma canção dos anos 60 ou 70, recordando uma França vanguardista e um casal de jovens que por ali deve ter sonhado e passado, na expectativa de antever o futuro, um par de hippies, ele e ela , como nós, tiveram que respirar fundo e absorver a travessia do tempo, a chegada do amor e a reprise do filme apaixonado que Paris produz em série, para quem ainda crê nos grandes encontros.

Dissemos até breve, entramos no vagão de metrô, e nos separamos, repetindo internamente, que ainda voltaremos ali, qualquer primavera dessas, se a vida permitir.

Cida Torneros


Houve tempo, há algumas décadas, em que Paris estava na moda entre os intelectuais. E também entre os intelectuais portugueses. Liam-se autores franceses por todo o mundo, procuravam-se as novidades das editoras francesas e seguiam-se com atenção os movimentos filosóficos do quartier latin. Foi o tempo dos últimos grandes pensadores, que antecederam a era globalizada, em que já não se pensa, mas se age mais. Nesse tempo, de meados do século XX, era também moda ir a Paris, frequentar os cafés de Saint-Germain-des-Prés, na margem esquerda do Sena, onde supostamente poderiam encontrar-se vultos da intelectualidade europeia. Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir foram nomes de referência, a este propósito. Mas não os únicos. Por aqui andaram também Picasso, Hemingway ou Camus. Na igreja de Saint-Germain-des-Prés está sepultado Descartes.
Os cafés, instituições tradicionais de Paris, aliás, marcam o bairro. São tradicionalmente o ponto de encontro onde se come, bebe ou se encontram amigos.
Les Deux Magots (onde um café custa 4,2 € e uma cerveja 6 €), ou o Café de Flore ficaram para a história como ícones marcantes de uma época, pela sua clientela intelectual. São agora sobretudo procurados pelas objectivas de fotógrafos japoneses.
O Quartier Latin e o bairro de Saint-Germain-des-Prés ficam na margem esquerda do rio Sena, no centro de Paris, a dois passo da Ile de la Cité, a zona de origem histórica da cidade. São fáceis de percorrer a pé e são servidos por várias estações de Metro.( extraído do blog Cadernos de Viagem)



Quartier Latin não é um bairro de Paris mas uma vasta região que engloba dois bairros, o quinto e o sexto. Aí temos uma concentração de universidades e de escolas e na idade média o ensino era ministrado em latim, daí o apelido. O ponto central é a Sorbone no boulevard Saint Michel.

O sexto é um dos bairros mais caros e elitistas da cidade. Em termos de mercado imobiliário um apartamento em volta do Jardin du Luxembourg, no boulevard Raspail, Saint Germain, na rue d´Assas , em Saint Sulpice,na pequena praça da rue Furstemberg custa uma fortuna. O comércio desta região é sofisticado, lojas excelentes e existem hotéis de charme como o Millésime Hôtel, um encantador 3 estrelas na rue Jacob.

Atravessando o boulevard Saint Michel e entrando no quinto as referências mudam: mais jovem, mais simples, mais barato e muito simpático. A região em volta do Panthéon é linda, a rue Mouffetard é divertida e seu comércio de alimentação ótimo. Muitos hotéis 2 ou 3 estrelas concentrados na rue des Ecoles e em torno da rue Monge. O único lugar que eu não gosto é do quadrilátero formado por Saint Michel, Saint Germain, Saint Jacques e Quai Saint Michel. Turístico demais, um falso decor para atrair estrangeiros.

Paris é toda interessante. Os lugares sofisticados e caros são só diferentes dos populares e mais baratos. A Goutte d´Or, o bairro africano de Paris é interessantíssimo. Em termos de mercado imobiliário é o mais barato, mas para mim um dos mais interessantes. Como tenho muitos amigos parisienses e moro aqui desde 1983, conheço muito bem a cidade. Paris só deixa de ser interessante nos guetos turísticos: restaurantes só para turistas, quadras só para turistas.

( extraido do blog Conexão Paris)

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