quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

poemas fêmeos amores efêmeros


andei criando poemas fêmeos

muitas vezes eles me invadiram a feminilidade

e me surpreenderam pela dureza e virilidade...

descobri que são faces ocultas das luas novas

tanto que se redescobrem iluminados em trovas

ou em tecertos, talvez em sonetos ou prosas...

são tão femininos que transcendem flores

rapidamente de diluem em amores

e estes sentimentos são como cometas, efêmeros,

rapidamente passam por mim, etéreos,

ao mesmo tempo que permanecem, estéreis,

usam laços para enfeixar beijos e nós para abraços,

enfeitam-se de babados, batons e rabos de cavalo,

são tão femininamente saltitantes e dançantes,

bailam nos sonhos das meninas e das mulheres,

parecem perseguir a ilusão do graal em forma de falo,

ou será que torcem por desvendar o mistério do gargalo

que é a morte dos sentimentos em meio à plenintude,

como se fosse possível transformar o tempo em atitude

e a ação em permanência, andei criando pequenas luas

para que circudem e volteiem minhas saudades

e me façam acreditar no renascimento da finitude,

como parir vida nova em tantas efemeridades...

Cida Torneros

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