quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Na calçada da Biblioteca em Nova York



A tarde era de um domingo, o 12 de outubro de 2008.
Eu caminhara pela grande avenida observando a parada em homenagem à latino-américa, desfile realizado pelos países do continente de origem hispânica.
Era meu terceiro dia em Nova York, o deslumbre natural de quem sabe que reconhece a cidade dos filmes, das lendas, das tragédias e de tantos enredos do mundo moderno e capitalista.
Parei para tomar um capuccino na calçada da Biblioteca principal da metrópole fervilhante. O tempo prometia esfriar depois, o que ocorreu, mas naqulea tarde, ainda o outono se aquecia num misto de calor humano e fantasia da escritora.
Confundi-me com a gente do lugar.
Vittorio fotografou-me, ali estou sentada e pensativa, alscutando o rumor do tempo e o eco das ruas daquela cidade que não dorme, plugada, irradiando novidades , exportando modos de viver, importando gente do mundo inteiro.
Outras emoções me acompanhariam nessa viagem de 11 dias que me emergiram a um mezanino conturbadamente reflexivo. Eleições de presidente, compras, passeios, visita a Washington, tardes inteiras nos Museus de Arte Natural e Metropolitan, a subida ao topo do Rochefeller Center, o passeio pelo Central Park, a parada em frente ao Dakota, prédio que viu Lennon cair assassinado, a loucura da loja Apple, a viagem de barco para ver de perto a estátua da Liberdade, a perplexidade diante dos escombros que agora serão nova torre, no World Trade Center, a ida e volta de Metrô para Astoria Boulevard, as caminhadas pela sétima ou quinta avenida, o sabor dos pressorts, o barulho das vozes de mil códigos, os rostos desconhecidos, as esperas pelos sanduiches, as travessias nos sinais das esquinas, um certo e perdido ar de solidão, talvez a presença dela, no inconsciente coletivo, um paradoxo, milhões que caminham e falam sozinhos, ouvem mps 3 ou 4, falam em iphones ou celulares enquanto fazem compras nos mercados, nem chegam a ver quem está ao seu lado, as caras das raças que ali se cruzam, as roupas e culturas dos que ali estão para ganhar dinheiro, os bilhetes dos home lesses, seus pedidos silenciosos, em tabuletas improvisadas, sentados no chão, esperando pela caridade de algum passante que os enxergue.
Talvez tenha sido no exato instante desta foto, que disparei a refletir sobre o que iria ver e sentir pelos dias subsequentes. Os EUA continuam a ser uma nação exportadora da sua cultura e da sua indústria, fazem disso seu ponto alto e importam os turistas que chegam de todos os lados para ser parte disso, de algum modo, por alguns momentos, num frenesi alucinante.
Pausa para o café tomado na tarde de um domingo novayorquino.
Ainda bem que o Vittorio estava atento, fraglou-me pensando na vida e me levou para casa.
Aparecida Torneros

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