Freud implica ( com as mulheres)
( baseada em texto de Ana Cristina
Reis)
E como implica!!!
Esse homenzinho muito
inteligente e implicante chegou para confundir e não para explicar. Objeto de
teses aos milhares, o texto de Freud, que por si só, não esgota o inesgotável
questionamento sobre a psique humana, com certeza, tem o mérito inquestionável
de provocar reações nos inconscientes incomodados com o mistério da vida e com
as diferenças comportamentais entre machos e fêmeas.
Artigo recente da
jornalista Ana Cristina Reis pôs mais lenha na fogueira e provocou reações nos
seus leitores do jornal O Globo, quando ela recebeu uma avalancha de emails masculinos
em sua maioria “instando a falar sobre as neuras femininas”.
A articulista aceitou
o desafio e respondeu com as considerações a seguir, suas, evidentemente, mas
muito interessantes, para se repensar
nossa cultura quanto ao que o pai da psicanálise falou sobre as mulheres. Ela
escreveu:
“E desta vez, sem
muita ajuda de Freud – seja porque ele pensou pouco nas mulheres, seja porque
não entendi o que ele escreveu sobre elas. Portanto, o que se segue são
considerações advindas da observação:
1) Mulheres que só têm prazer se relacionando com homens imprudentes,
galinhas e de caráter duvidoso. Sofrem do complexo “ligações perigosas”. Depois
de muito padecer, tentam achar um sujeito legal. Geralmente não conseguem.
Então dizem que o mercado só tem homem casado ou gay. Dependendo de onde
procuram, o quadro é esse mesmo.
2) Não só alguns homens só gostam de se relacionar com mulheres mais
novas. Há mulheres que procuram homens mais velhos e não é golpe do baú. Elas
buscam o homem/pai. Seja porque o pai foi omisso, seja porque foi presente
demais.
3) Algumas das mulheres que não viveram bem a relação com o pai enfrentam
dificuldades no sexo. Não gozam. No máximo acham que têm orgasmo, mas é algo
clitoriano, rápido, pouco eficaz. Não confiam nos homens, não se soltam.
4) Algumas amam demais. Viram mães dos maridos, se anulam, fazem tudo para
agradar. E o que conseguem? Desprezo e pena a médio prazo. Solidão a longo
prazo.
5) Algumas amam de menos. Por medo de amar demais.”
Dá para sentir o
quanto o tema sexualidade feminina encerra de espaços vazios a serem
observados, como fez a jornalista em cinco resumidas conclusões que ela mesma
ressalta que poderiam ser dez ou mais. Há uma infinita possibilidade de
considerações possíveis a serem tecidas a partir da vivência de cada mulher no
universo inteiro. Cada uma, em que pese sua cultura, seu contexto social e
econômico, sua formação religiosa, sua história pessoal, seguramente terá muito
mais que dez observações sintéticas a relatar sobre os sentimentos que a
impulsionam a amar e viver.
Em sua maioria, no
mundo todo, nem sequer terão lido Freud, e, se tivessem lido, talvez não
fizesse a menor diferença para minimizar a inquietação natural resultante pela
busca de desvendar seu próprio mundo.
Para cada Eva, jovem
ou madura, deve existir um Adão
resolvido a levá-la a um paraíso sonhado.
Assim diz a lenda
bíblica. No mais, é bom repetir o aforisma freudiano: “quase se pode dizer que
a mulher inteira é um tabu”. O que significa que o grande psicanalista e
pensador não conseguiu mesmo foi desvendar o tabu. Apenas implicou com ele!
Nenhum comentário:
Postar um comentário