quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Quando recomeceil.Dezembro de 2010, boa lembrança!



Recomeçar... pegar a mão que posso apertar, sentir seus dedos entrelaçados aos meus e ouvir aquela respiração animal tão profunda, bem no pescoço com a cabeça aturdida pelo sentido de existir e sobreviver ao impulso do recomeço... é sempre um ato de coragem...recomeçar a crer que ainda é possível amar alguém de algum jeito novo, de uma forma inesperada, com uma disposição renovada, e até impregnada de grande surpresa. Amar alguém que seja eu mesma, através do outro, daquele que me abraça, que me volteia, que me anima, que me sorri na tarde chuvosa, que me fala de algum sonho meio louco que tenha tido comigo, ou mesmo que nem me diga quase nada, mas se expresse com a prece dos que se colocam tão próximos que nem precisem dizer coisa alguma...basta que respirem...basta que que existam, só é preciso que emitam a luz de um olhar amigo ou de um carinho amoroso...



Recomeçar é próprio para um final de ano assim, quando se põe na balança tudo o que se fez para o bem ou para o lado mais abaixo do estômago, quando alguma dor de paixão traída pode ter machucado um coração cansado...nada disso conta mais, cicatrizes são pequenas marcas depois de algum tempo e são praticamente uma antiga linha invisível quando a gente esquece os detalhes e põe no lugar da mágoa, um grande sorriso de recomeço...


Recomeçar é encontrar com o príncipe das marés, na esquina da vida, deitá-lo em lençóis brancos de cetim macio, afagar seu ego, dominar seu corpo, penetrar sua alma, aconchegar sua necessidade de ser amado, e deixar que corra solta a imaginação que cabe em todo o recomeço...


Feliz 2010, felizes dias e noites para que se reiniciem sonhos perdidos ao serem reencontrados, se façam viagens encantadoras pelas nuvens das paixões avassaladoras ou se empreendam caminhadas gratificantes pelas sendas da reconfortante paz interior de cada um de nós...


Recomeçar, assim, na afeição da palavra que atrai e do abraço que acalma. Do beijo que sela o reencontro, da carícia que ajeita o pensamento revolto, do desejo que se abate com a brandura tempestuosa da conquista advinda da calmaria depois que as marés atendem ao chamado do Príncipe...


Recomecemos pois, nessa passagem de década, a olhar os espelhos, é preciso coragem para nos vermos através deles, realmente como podemos ser, a partir de tantas transformações e de inúmeros recomeços. Façamos então o pacto do recomeço...recomecemos, sim, mas, bem juntinhos, afinal!


Cida Torneros

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