Em livro, 67 mulheres contam como conquistaram seu espaço no jornalismo
da Livraria da Folha
Por meio do relato de 67 jornalistas, a incursão das mulheres no meio
Na década de 1950, havia um pouco mais de 30 mulheres na imprensa paulista. A maior parte delas atuava apenas em suplementos femininos, colunas sociais ou escrevia assuntos mais amenos para a época.
Política, economia ou noticiário internacional não estavam em suas projeções escritas. O que não ocorre hoje em dia. Nos anos 1970, vieram os primeiros cargos de chefia até a transformação do jornalismo em profissão híbrida. "Mulheres Jornalistas: a Grande Invasão", de Regina Helena de Paiva Ramos, retrata muito bem como se deu esse avanço feminino na imprensa ao longo de seis décadas.
A jornalista, autora e aluna formada na quarta turma de jornalismo na Faculdade Cásper Líbero (1952) traça um panorama de 67 mulheres que insistiram na luta e conquistaram seu espaço nos veículos de mídia. O leitor saberá, por exemplo, que Lenita Miranda de Figueiredo foi a fundadora do caderno Folhinha, da Folha de S.Paulo.
Inspirada na revista infantil "O tico-tico", a jornalista criou o caderno em 1963, com a finalidade de formar, informar e entreter as crianças. O número 1 saiu no dia 8 de setembro daquele ano. Na capa, um menino pendurado em uma cerca, no zoológico, medindo o pescoço de uma girafa. O filho era de Lenita.
Lucinha Fragata chegou a ser impedida pelo porteiro de entrar no "Jornal da Tarde" porque lá só trabalhavam homens. Teresa Otondo foi a primeira editora de economia do país, e Maria Lúcia Sampaio foi a primeira a trabalhar no "L'Osservatore Romano". O volume também mostra mulheres que cobriram fatos históricos importantes como a morte de Che Guevara, por Helle Alvez.
Conquistas, curiosidades e histórias que comovem. Regina perfila cada uma dessas mulheres e expõe o quão importante foram para a história da imprensa tanto brasileira quanto mundial.
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