segunda-feira, 28 de setembro de 2009

La BARDOT, ELA FAZ 75 anos hoje! viva Brigitte!!


FÁBIO TRINDADE E MÁRCIA PEREIRA ( do site Terra Magazine)


Um dos maiores símbolos sexuais dos anos 50 e 60, a atriz francesa Brigitte Bardot - ou simplesmente BB - entrou para a história do cinema com a sensualidade de suas curvas e de sua boca carnuda muito antes de Angelinas e Megans. BB completa nesta segunda-feira (28) 75 anos.
Ela nasceu morena, espevitada e cheia de alegria, na Paris de 1934, de pai engenheiro e industrial e mãe atriz e dançarina.


Da capa de revista ao estrelato


Brigitte Anne-Marie Bardot tinha aspirações de brilhar, seja sob os holofotes de um palco, de uma passarela ou de um estúdio fotográfico. Aos 15 anos ela daria um grande passo para consolidar sua carreira de estrela ao estampar a capa de maio de 1949 da revista Elle.
Um certo assistente de direção, encantado com sua foto, arrancou-a da revista e mostrou a imagem da garota ao diretor de cinema com o qual trabalhava. Era o começo da carreira da morena Camille Javal (seu primeiro nome artístico) sob os holofotes do cinema, onde, por 20 anos, uma depois loira Brigitte Bardot reinou.
Em 1952 ela se casaria com o tal assistente de direção que a descobriu, Roger Vadim. A parceria do casal rendeu ao cinema cinco filmes, dirigidos por ele e estrelados por ela - mesmo depois de separados.
Ninfa do cinema


Brigitte foi uma mulher que, já na dourada mas ainda recatada década de 50, teve a coragem de se despir diante das câmeras. E, diferente das atrizes brasileiras, em pleno terceiro milênio - que, segundo um certo ator global, são "coagidas a se despir por diretores babões" -, La Bardot parecia se divertir ficando nua. Era como se soubesse que, sendo uma deusa da beleza, tinha mesmo a missão de propagar seu encanto pelos cantos da Terra. E, para ela, a melhor maneira de fazê-lo era desfilando de biquíni ou nua em seus mais de 40 filmes. Os mortais súditos agradeceram essa sua generosidade.


Amor, selvagem amor


Por conta, aliás, desse seu "carisma sexual", os namorados e maridos vinham e iam na rápida velocidade com que ela entrava e saía de um projeto cinematográfico. Depois do casamento de cinco anos com Vadim, BB casou-se mais três vezes.
Em 1959 ela escolheu como marido o galã francês Jacques Charrier. Seu único filho, Nicolas-Jacques Charrier, foi fruto dessa relação de três anos - um casamento conturbado, cheio de altos e baixos, que culminou na tentativa de suicídio, dele. O terceiro casamento, entre 1966 e 1969, foi com o multimilionário alemão Gunter Sachs. Em 1992, aos 58 anos, ela se casou com o industrial Bernard d'Ormale, com quem está junto até hoje.
Esse seu espírito livre gerou criticas dos mais conservadores, mas também só aumentou o desejo de grande parte dos homens por ela. Uma equação explosiva, bem ao sabor de La Bardot.


Mais de 40 filmes


A primeira aparição nas telonas da musa foi em 1952 no longa Manina, La Fille Sens Voile, que já usou e abusou de sua sensualidade no frescor de seus 18 anos. Vieram então comédias românticas e de costume, romances históricos e também dramas.
Sua performance sensual retumbou em Hollywood e, ainda na década de 50, BB participou de co-produções americanas, como Um Ato de Amor (1953), com Kirk Douglas. Com o filme, ela aportou no Festival de Cannes daquele ano e seu sucesso foi definitivamente consolidado.
Em 1956, sob a direção de Vadim, ainda como seu marido, La Bardot estrelou E Deus Criou a Mulher - sobre uma garota de 18 anos com um forte apetite sexual que "incendeia" um pacato vilarejo beira-mar (Saint-Tropez) -, seu maior sucesso.
Em cerca de 21 anos, BB fez 45 filmes com um rol invejável de galãs e diretores renomados. Marcello Martroianni, Alain Delon e Sean Connery, entre outros, contracenaram com ela. Jean-Luc Godard e Louis Malle a dirigiram mais de uma vez e ela teve ainda a companhia de Claudia Cardinale e Jeanne Moreau, entre outras belas e talentosas colegas, em cena.
Seu poder de sedução conquistou a França e o mundo a tal ponto que em 1969 o escultor francês Alain Gourdon usou sua imagem como modelo para a sua versão do busto de Marianne, a figura feminina que representa os ideais da república francesa - anos depois, Catherine Deneuve e a modelo e atriz Laetitia Casta também serviram de modelo para a famosa e cultuada estátua.
Amante "in natura"
BB teve muitos amores: os homens, o cinema. Mas a paixão que mais perdurou e até aumentou com a idade (e com o acúmulo das marcas de expressão) foi pela natureza e pelos animais.
Graças a Brigitte a cidade de Búzios (RJ), com sua beleza naturalmente selvagem (como BB), ficou conhecida mundialmente. No verão de 1964 ela passou uma temporada no, até então, pequeno vilarejo do litoral carioca conhecido como Armação dos Búzios. O local foi o escolhido para hospedá-la na companhia do namorado da época, Bob Zaguri, um produtor marroquino que viveu alguns anos no Brasil.
Sua visita ao balneário fluminense "colocou "o lugar no mapa-múndi das celebridades. Definitivamente, La Bardot se apaixonou pelo local (ela voltou em dezembro do mesmo ano para passar o Natal). Em homenagem à musa - também uma grande amante do balneário francês Saint-Tropez -, foi criada a Orla Bardot, na Praia dos Ossos, e instalada uma estátua de bronze da atriz em tamanho natural. Também, o único cinema de Búzios foi batizado com o seu nome.
Quando anunciou sua aposentadoria das telonas em 1973, Brigitte tornou-se vegetariana e resolveu empregar sua beleza e carisma em uma nova causa: a defesa dos direitos dos animais.
Em 1977 voltou aos holofotes após denunciar o massacre de bebês-foca no norte do Canadá. Em 1986, lançou a Fondation Brigitte Bardot, para abrigar suas lutas a favor dos animais do mundo. Declarada uma entidade de utilidade pública pelo governo francês, em 1995, nomeou Dalai Lama como seu membro honorário.


Sempre polêmica


Entre as lutas embrenhadas por sua fundação estão campanhas contra a caça das baleias, as experiências em laboratório com animais, as brigas autorizadas entre cães e o comércio de casacos de pele - tópico, aliás, que valeu um episódio constrangedor envolvendo Sophia Loren, quando a atriz italiana estrelou uma campanha publicitária com casados de pele (furiosa, Bardot publicou uma carta exigindo que Sophia se retratasse e pedisse desculpas, o que não aconteceu).
La Bardot envolveu-se em outras polêmicas, quando lançou seus livros auto-biográficos Initiales BB, de 1996, e Um Grito no Silêncio, em 2003. Em ambos, lavou a roupa suja com seus maridos e amantes - o que provocou um troco do segundo marido, Jacques Charrier, que lançou em resposta o livro Ma Réponse à Brigitte Bardot, no qual revela que BB, quando estava grávida do único filho deles, Nicolas, disse que a criança era como um câncer que crescia em seu ventre.
Também se revelou preconceituosa em relação aos negros, homossexuais e imigrantes. Por causa dessas suas posições foi acusada e multada por incitar o ódio racial.
Bela, apimentada e polêmica são características que a definem bem e a levaram ao sucesso e a mexer com os sentidos dos homens comuns e daqueles tocados por algum talento artístico. De Bob Dylan a Elton John, passando por Billy Joel, Red Hot Chili Peppers, The Who e até Caetano Veloso, BB inspirou letras e melodias.
E assim, após sete décadas e meia, ela ainda visita a fantasia masculina. Não como a senhorinha de 75 anos, que vive entre Saint-Tropez e Paris, mas como a eterna jovem de cara de anjo, que esconde uma incontrolável fúria sexual. Viva La Bardot!

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