aqui tem música, poesia, reflexões, homenagens, lembranças, imagens, saudades, paixões, palavras,muitas palavras, e entre elas, tem cada um de vocês, junto comigo... Cida Torneros
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Quando um homem ama uma mulher...
A cada olhar, quando se viam, era como se o mundo realmente parasse, aquele casal flutuava diante das pessoas, ignorando-as. Estavam em situação de letargia, dava para perceber o quanto ele a amava. E vice-versa.
Talvez o sentimento que os unia fosse um tufão e não pudesse ser mesmo contido. Havia nos rostos dele e dela uma certa luz que resplandecia. Seus sorrisos eram de imensa felicidade, o andar acontecia em conjunto, as mãos entrelaçadas, lá ia o par em busca do futuro.
A quem os perguntasse sobre o que realmente sentiam, não saberiam descrever com palavras, estas representavam uma parcela ínfima do transtorno emocional e físico em que se viam metidos, ao se saberem tão apaixonados, ao se sentirem tão ligados e por estarem assim, à mercê de uma atração incontrolável.
Todas as chances que tinham de ficarem juntos, eles aproveitavam para oferecer seu carinho mútuo, sua voz adocicada e seus gestos aconchegantes. Ela se mostrava dengosa, ele se punha como um protetor da mulher amada. Abraçavam-se como dois polvos, um se entranhava no outro, era impossível distinguir onde começava um e terminava o outro.
O nascer do dia já os encontrava pegados em seu grude de sensualidade. A manhã prometia o mais intenso calor entre eles, e a temperatura aumentava pelo decorrer da tarde, alcançando a noite de paixão. A vida lhes brindava com a dádiva de uma ternura vivenciada, nos ouvidos a voz sussurrada era como uma canção inesquecível.
O tempo os levaria para diante e certamente haveria de chegar o dia em que lembrariam de como tinha sido quando eram dois jovens enamorados. Quando os cabelos se tornassem brancos e as pernas se cansassem da caminhada, sonhavam estar lado a lado, ainda agarradinhos, trocando confidências e rememorando os bons momentos.
Não buscavam, agora, explicação ou razão, não era preciso. Bastava viver o amor na sua plenitude, com a justificada emoção.
Quando um homem ama uma mulher e uma mulher ama um homem, se realmente se amam, não precisam de mais nada. Só a presença de um junto ao outro é o suficiente para se completarem, como os dois lados da mesma moeda. E o amor é o valor mais profundo se a eles é dado o direito de vivê-lo, sem engano ou frustração. Sem decepção ou desilusão.
Quando um ser ama outro ser, além do tempo, da razão , da consciência e do medo, há, entre eles, um acordo de eternidade, que ultrapassa a morte, vai sob as asas de suas almas ao encontro do mistério do mundo.
Quando uma coisa maravilhosa dessas acontece, um homem e uma mulher se tornam criaturas privilegiadas, abençoadas pelo universo em conspiração, o resto de tudo se faz tão pequeno, as horas param, as células festejam, os corpos se projetam em dimensões nunca antes imaginadas.
Seus pensamentos passam a ser prisioneiros de si mesmos, como espelhos, refletem a aura do ser amado, respiram o ar que podem compartilhar, se alimentam da energia que é possível trocar enquanto se amam, sentem-se completos em suas vidas, ultrapassam as esferas onde pisam, ascendem a céus e paraísos.
Tudo o que precisam é que não se percam um do outro, por pressentirem que não podem mais viver separados, seria como antecipar suas próprias mortes...
Cida Torneros
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