aqui tem música, poesia, reflexões, homenagens, lembranças, imagens, saudades, paixões, palavras,muitas palavras, e entre elas, tem cada um de vocês, junto comigo... Cida Torneros
domingo, 30 de agosto de 2009
Poemas de Amor...
Muitas vezes, quando leio e releio poemas de amor, tento compreender a extensão e profundidade que movem os sentimentos dos poetas nos seus íntimos seres, para que produzam tão belos encadeamentos de idéias, sob forma de palavrinhas que se tornam mágicas, plenas de emotivas expressões do que lhes vai na alma.
Neruda me encanta com seu poema número 20. Vinícius me leva aos céus com a Conjugação da Ausente. Drummond me fascina com aquele poema em que ele diz que se você sentiu tudo aquilo que descreve ali, não deve deixar escapar o Amor...
A todo momento, é possível ler, reler e conhecer poemas criados por criaturas cuja sensibilidade e talento nos remetem ao mundo dos apaixonados, fazendo-nos sonhar e até mesmo nos identificar com seus devaneios e conclusões.
A poesia dos apaixonados é intensa, pontuada de interrogações e ao mesmo tempo de deslumbramento. Quando um Camões nos diz que o Amor é chama que arde, ele nos põe de cara com uma verdade absolutamente inquestionável. Todo o calor da vida humana se projeta no fogo do amoroso, em algum instante mágico, duas criaturas se juntam e se queimam mutuamente. Ardem em labaredas de desejos e de esperanças, antecipadamente sofrem o latente medo da separação e se entregam aos minutos ou horas ou anos em que podem desfrutar das suas companhias e dos seus carinhos.
Assim é o Amor, que se faz poesia traduzido por mentes prodigiosas.
Os poetas e as poetas se dão aos seus amantes, por meio das palavras, na tentativa audaz de eternizar o que sentem.
A cada verso de Amor corresponde um milhão de sentimentos espalhados em toda a humanidade.
Deve haver no universo um Amor para quem merece...e existirá sempre um poema para o Amor que sobrevive em todos nós... através do romantismo das suas palavras sentidas e escolhidas...
Cida Torneros
Referencial erótico
num ponto que chamavam "G", ela sentiu que o mundo flutuava
mas não podia perder assim o controle de tudo, sua vulva melava,
a pele arrepiada pedia mais carinho, mais beijo e o toque dele,
em repetidos e alisados abraços, em sutis apertos lambuzados...
percebeu que os olhos dele faiscavam o desejo animal, amou aquilo,
como fêmea feliz ali a fazer dele um dos seus machos realizados,
ela grunhiu de gozo múltiplo o movimento que os uniu os corpos,
ajeitou seu sexo ao dele, muitas vezes, para que não escapasse nada,
era necessário juntar tudo num só prazer embora tantos gozos se soltassem...
quando ouvia as palavras dele, os xingamentos sensuais, os verbos excitantes,
crescia nela o tesão de sempre, a delícia de ser a muher de agora e de antes,
e se fartava do sêmen dele, do seu deleite, para que gozassem e só se amassem...
ouvir seu nome, na voz dele, naquele momento, era um acorde virtuoso e denso,
porque ele definia que estava presente em sua entrega, dando-se à ela, tenso,
e relaxando depois, nos suspiros mansos, que se seguiam ao ápice imenso...
aí, ela o abraçava aconchegando o corpo mole em si mesma, em sua molhada gruta,
sentindo que ele era dela, mais uma vez, com frenesi especial, com gula, espasmo,
e ela era dele, com referencial erótico, como uma dama da noite ou dedicada puta...
Aparecida Torneros
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