sexta-feira, 15 de maio de 2009

Portugal, meu avôzinho... histórias de Antonio Silva

Ele era o pai do meu pai. Convivemos até os meus nove anos, quando ele se foi deste mundo e me deixou a sensação do quanto a palavra é eficaz e profunda. Quando batia com a colher no copo e iniciava uma saudação qualquer, fosse nas reuniões da irmandade da Igreja da Conceição, onde muitas vezes fui expiar, fosse nas festas em família, eu me impressionava com sua verve, sorriso expressivo e um final expresso em duas pequeninas palavrinhas: tenho dito!
Antonio Silva escrevia poemas para minha avó Carmen, fui um apaixonado por ela, com quem teve seus 8 filhos, o meu pai foi o primeiro. Era um avô encantador porque me fazia imaginar a vida, já que gostava muito de viajar e trazia presentes que me encantavam. Uma vez, me trouxe uma pulseira da Bahia, que eu nao queria tirar do braço nem para tomar banho ou dormir. Pedrinhas penduradas, coloridas, baianinhas faceiras prateadas e minusculas. Mas o que me pegava mesmo eram as historias que me contava...
Hoje, estou aqui, na cidade do Porto, impossível nao lembrar dele e da sua fala caracteristica. Sua mae, Leocadia Fonseca, o deixou emigrar e ser criado no Brasil por uma tia.
Rendo-lhe homenagem de neta e de fã.
E Tenho Dito!
Aparecida Torneros

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