domingo, 23 de novembro de 2008

Crônica para Alice e Minie, nesse Natal!







Ela chegou e me encantou. Tem 4 anos, me conquistou com seus olhos interessados na Minie, que eu danei a desenhar repentinamente, virando criança outravez. Estávamos num restaurante, depois de um lançamento de livro de uma amiga que todos amamos. A amiga, que nós achávamos que ia esticar conosco, não veio.

Ficamos assim, Alice e seus pais, eu e Zá. A conversa de adultos não nos atraiu. Alice me tirou da vidinha chata de madura pensante e me levou ao seu país das maravilhas, entre sorrisinhos pródigos e elogios meigos. A cada traço em que eu me esforçava para criar a Minie, ela dizia: - que bonitinho! e me incentivava a colorir, e me contava que a Minie tem vestido de bolinhas como ela viu na foto que mostrei, tirada em Nova York, onde posei com uma mulher fantasiada, e me senti, assim, de novo, infantil, moleca, à cata de risadas fáceis e sonhos de Natal.

Aliás, quando chegamos ao Shopping, onde fica o restaurante que escolhemos, ela logo me confidenciou: - sabe o que o Papai Noel vai trazer para mim? a maquiagem da Barbie... ela sussurrou tal segredinho com mãozinha escondendo a boca e intensa expressão de menina premiada.Alice me fotografou ( pôs o dedinho na frente da minha careta) , eu brinquei até de esconder lápis e achar sob os guardanapos, desfrutando da sua gargalhada infantil e solta, um misto de sapiência e futurismo quanto aos bons momentos da vida.

Ela me mostrou sua linda blusa com gatinhos brilhantes, presenteou-me com forte personalidade, aquietou-me os anseios dos embalos de sábado à noite, eu estava com sua aura de anjo e ela me fazia desenhar. Pintávamos juntas as bolinhas da roupa das muitas Minies que criei, surpreendendo-me...eu disse: - nem eu sabia que podia desenhar Minies...rsA pequenina flor, feliz na companhia dos papais Raul e Glória, era uma dádiva como companhia, amorosa e solícita, tão "pessoa", como se auto definiu para seu pai...não sou macaquinho...sou pessoa...rs
Crianças renovam o Natal.
Afinal, quando deixávamos o lugar, ela parou em ponto estratégico e acenou para o Papai Noel de plantão. Ele olhou-a bonachão, acenou de volta. Ela pulou , vibrou, repetiu aos quatro ventos que o Papai Noel lhe correspondera ao aceno, talvez porque esse era o sinal do quanto ele ama as menininhas como Alice. Assim, tão delicadas e inteligentes, comandando escritoras que se tornam desenhistas de Minies, em plena noite de sábado. Uma foto de nós duas com um boneco do Papai Noel e descubro que o espírito desse Natal acaba de me tomar de assalto, através de Alice.
Preciso pedir ao Papai Noel uma boneca Minie para mim. Afinal, acho que tenho sido uma senhora comportada, rs, e mereço tal mimo, digo, tal Minie, de vestido de bolinhas e orelhas grandes. Obrigada Alice, por trazer de volta ao meu coração, o sonho do Natal!
Aparecida Torneros

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