domingo, 28 de setembro de 2008

Zíngara




Zingara

Na minha mão,
lê o meu destino
vê quanto desatino
em viver no desalinho
do desapego do teu coração...

Na minha eternidade
olha a perpetuação do sonho
submundo do amor risonho
idealizado desde a mocidade....

Na minha linha da vida
descobre o intervalo propício
plenitude, felicidade merecida,
momentos de encontro e doação,
sinal de bom casamento, a princípio...

Na minha linha do amor, um vício,
põe olhos fortes, contemplação,
vê se ali tu estás ainda, ciganinha,
magia, reflete como espelho brilhante
na minha palma, o desejo incessante...

Tua face sai da minha energia, precipício,
onde jogas a alma no vazio da dúvida,
e no futuro insólito, visão quiromântica,
transparece teu nome, por fim, fulgurante,
entre os dedos, entre nós, o nosso início...

Teus olhos buscam a a aventura romântica
que nos unirá um dia, porque está escrito,
consegues ler na minha pele e te reconheces...

Mas, se nada disso podes ver, nada me reveles,
deixa-me viver na esperança vã, crendo no mito,
mente, engana, enfeitiça, ilude a este ser aflito,
nem deixes que eu perceba a tua falsa predição,
ainda que nunca tenhas tua alma presa à minha,
a esperança do teu amor já terá valido à pena...

Aparecida Torneros

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