aqui tem música, poesia, reflexões, homenagens, lembranças, imagens, saudades, paixões, palavras,muitas palavras, e entre elas, tem cada um de vocês, junto comigo... Cida Torneros
quinta-feira, 30 de junho de 2011
Rodízio de amigas (crônica escrita em 2006, publicada no livro A mulher necessária)
Rodízio de amigas
Fui saindo em disparada, atrasada para o cineminha de começo de noite de domingo, e ao despedir do marido da amiga em cuja casa passei o fim de semana, no Leblon, ele me saiu com essa... rodízio de amigas.....eu sorri, assimilei, e corri para encontrar com a outra companheira que já tinha as entradas compradas, para assistirmos juntas ao "Memórias de uma gueixa".
No caminho, enquanto pedia ao taxista para acelerar no trânsito, eu pensei na tarde quase toda, onde nosso grupo, de cinco amigas, estivemos sentadas no quiosque da praia, bebericando água de coco, passando protetor solar, entre conversas que giraram desde política partidária até cirurgias rejuvenescedoras.
O papo reconfortante, com a leveza própria das mulheres de estágio de vida conquistada, combinando a fuga do carnaval carioca, do grupo, umas irão para Buenos Aires, outras para o Chile, e outra ficará para brincar mais uma vez a folia na cidade. Aliás, que cidade linda, no domingo, ontem, com aquele sol de rachar o cérebro, e aquele mar azul, verde, entremeado de brilho, fulgurando nossos biquinis floridos entre risadas e constatações.
Esticamos no Bracarense, com direito a chope claro e escuro, e a delícia de camarão, que saltitava ao paladar como um prenúncio do almoço, logo em seguida, na casa da amiga Tê, aquela capaz de oferecer aconchego com sorriso próprio da vida vivida transbordante.
Fui chegando ao cine para ver a Gueixa, rever internamente uma reportagem que escrevi nos anos 70, quando , em Tóquio, entrevistei uma gueixa de 54 anos, que me revelou sua vida e segredos ( alguns) desde que se tornara gueixa aos 13 anos, estudando na tal escola delas, exatamente como assisti em seguida, na história que o cinema me proporcionou.
No trecho que antecedeu o início da sessão, pude pensar mais uns minutos sobre a nomeação do marido da amiga a respeito do meu ir-e-vir com tantas amigas que me circundam, cobram presença, me telefonam, me buscam, me enternecem, me preocupam, me solicitam, me acodem, me ouvem os lamentos, me dão alegria , me complementam, me esperam nos cinemas, nas equinas, nos restaurantes, nos telefones, nas casas, para almoços, jantares, festas, dançam comigo nos salões dos clubes, riem comigo nas areias das praias, caminham comigo nos calçadões cariocas, me pegam de carro nos teatros paulistas, me acompanham na noite dos bares boêmios, cantam pra mim, nas casas noturnas da Lapa, declamam pra mim nos dias sombrios, me injetam vida nas veias, a cada alvorecer, me dão a saudade necessária pra valorizar suas presenças, e ainda, me fazem sentir a companhia sensata e lógica em dias de domingo.
São muitas, eu é que agradeço, são variadas, de gênio, perfil, gostos e comportamentos, mas são tão necessárias, são tão presentes, tão importantes, que somam os longos esclarecimentos telefônicos que revelam mistérios pertinentes ao mundo feminino e particular. Há ocasiões em que é preciso estar mais atenta aos seus apelos, críticas, lamentos e cobranças, na tentativa pertinente de não se deixar perder seu encanto nos caminhos. Quando isso acontece, é preciso permitir que se vão ao encontro de novas impressões de viagem. E não há o que lamentar, só há o que agradecer, como num diário de bordo. Registrando tudo, a paz do caminho com elas ao lado, essa sede de viver, compartilhando felicidade, falando do mundo que é de cada uma e é de nós todas, num segundo só.
O marido da amiga tem toda razão, é com num rodízio, mas não se pode abrir mão de nenhuma delas. E se vou degustando a alegria da companhia, vou também crescendo interiormente, por ser assim, capaz de absorver querências variadas, desfrutar carinho tanto, agradecer atenção ofertada em doses múltiplas e ainda, de bandeja, assistir ao Aznavour cantando SHE... que, se eu pudesse, dedicava a cada "ELA", que me acompanha e preza.
Vi o filme da Gueixa como se fosse um sonho de amor. She (Ela), personagem-título, contando sua vida, me fez reviver o conselho daquela que entrevistei, há tanto tempo:
- Seja como nós, ofereça dons, entretenha, cante, encante, anime, proporcione ilusões, fantasias...
Cada amiga, do rodízio, tem qualquer coisa de gueixa, cada uma delas me faz sentir assim, com vontade de dedicar-lhes uma crônica com fundo musical e agradecer por sua presença em minha vida.
Aparecida Torneros
Jornalista - Rio de Janeiro
Fui saindo em disparada, atrasada para o cineminha de começo de noite de domingo, e ao despedir do marido da amiga em cuja casa passei o fim de semana, no Leblon, ele me saiu com essa... rodízio de amigas.....eu sorri, assimilei, e corri para encontrar com a outra companheira que já tinha as entradas compradas, para assistirmos juntas ao "Memórias de uma gueixa".
No caminho, enquanto pedia ao taxista para acelerar no trânsito, eu pensei na tarde quase toda, onde nosso grupo, de cinco amigas, estivemos sentadas no quiosque da praia, bebericando água de coco, passando protetor solar, entre conversas que giraram desde política partidária até cirurgias rejuvenescedoras.
O papo reconfortante, com a leveza própria das mulheres de estágio de vida conquistada, combinando a fuga do carnaval carioca, do grupo, umas irão para Buenos Aires, outras para o Chile, e outra ficará para brincar mais uma vez a folia na cidade. Aliás, que cidade linda, no domingo, ontem, com aquele sol de rachar o cérebro, e aquele mar azul, verde, entremeado de brilho, fulgurando nossos biquinis floridos entre risadas e constatações.
Esticamos no Bracarense, com direito a chope claro e escuro, e a delícia de camarão, que saltitava ao paladar como um prenúncio do almoço, logo em seguida, na casa da amiga Tê, aquela capaz de oferecer aconchego com sorriso próprio da vida vivida transbordante.
Fui chegando ao cine para ver a Gueixa, rever internamente uma reportagem que escrevi nos anos 70, quando , em Tóquio, entrevistei uma gueixa de 54 anos, que me revelou sua vida e segredos ( alguns) desde que se tornara gueixa aos 13 anos, estudando na tal escola delas, exatamente como assisti em seguida, na história que o cinema me proporcionou.
No trecho que antecedeu o início da sessão, pude pensar mais uns minutos sobre a nomeação do marido da amiga a respeito do meu ir-e-vir com tantas amigas que me circundam, cobram presença, me telefonam, me buscam, me enternecem, me preocupam, me solicitam, me acodem, me ouvem os lamentos, me dão alegria , me complementam, me esperam nos cinemas, nas equinas, nos restaurantes, nos telefones, nas casas, para almoços, jantares, festas, dançam comigo nos salões dos clubes, riem comigo nas areias das praias, caminham comigo nos calçadões cariocas, me pegam de carro nos teatros paulistas, me acompanham na noite dos bares boêmios, cantam pra mim, nas casas noturnas da Lapa, declamam pra mim nos dias sombrios, me injetam vida nas veias, a cada alvorecer, me dão a saudade necessária pra valorizar suas presenças, e ainda, me fazem sentir a companhia sensata e lógica em dias de domingo.
São muitas, eu é que agradeço, são variadas, de gênio, perfil, gostos e comportamentos, mas são tão necessárias, são tão presentes, tão importantes, que somam os longos esclarecimentos telefônicos que revelam mistérios pertinentes ao mundo feminino e particular. Há ocasiões em que é preciso estar mais atenta aos seus apelos, críticas, lamentos e cobranças, na tentativa pertinente de não se deixar perder seu encanto nos caminhos. Quando isso acontece, é preciso permitir que se vão ao encontro de novas impressões de viagem. E não há o que lamentar, só há o que agradecer, como num diário de bordo. Registrando tudo, a paz do caminho com elas ao lado, essa sede de viver, compartilhando felicidade, falando do mundo que é de cada uma e é de nós todas, num segundo só.
O marido da amiga tem toda razão, é com num rodízio, mas não se pode abrir mão de nenhuma delas. E se vou degustando a alegria da companhia, vou também crescendo interiormente, por ser assim, capaz de absorver querências variadas, desfrutar carinho tanto, agradecer atenção ofertada em doses múltiplas e ainda, de bandeja, assistir ao Aznavour cantando SHE... que, se eu pudesse, dedicava a cada "ELA", que me acompanha e preza.
Vi o filme da Gueixa como se fosse um sonho de amor. She (Ela), personagem-título, contando sua vida, me fez reviver o conselho daquela que entrevistei, há tanto tempo:
- Seja como nós, ofereça dons, entretenha, cante, encante, anime, proporcione ilusões, fantasias...
Cada amiga, do rodízio, tem qualquer coisa de gueixa, cada uma delas me faz sentir assim, com vontade de dedicar-lhes uma crônica com fundo musical e agradecer por sua presença em minha vida.
Aparecida Torneros
Jornalista - Rio de Janeiro
domingo, 26 de junho de 2011
Amor: guerra ou jogo? Seriam as mulheres grandes perdedoras ou ardilosas vencedoras?
Amor: guerra ou jogo? Seriam as mulheres grandes perdedoras ou ardilosas vencedoras?
sábado, 29 de maio de 2010
Amor: guerra ou jogo? Seriam as mulheres grandes perdedoras ou ardilosas vencedoras?
Estávamos sentados no Caravelas. Almoçando.
A senhora escritora ( eu), os editores Tomaz e Bárbara, e o jovem poeta, Bruno Graciano, que acabava de lançar na semana anterior, na Bienal de Minas Gerais, seu primeiro livro. Na sua camiseta uma palavra cintilante: sucesso! pensei... o mesmo sucesso que um jogador busca no jogo da vida, o sonho do vencedor, ou seria a vitória do guerreiro?
Durante a conversa, entremeada de brincadeiras, falou-se sobre o meu novo livro, de contos, cujo título "O contra-ataque do amor", remete à idéia do quanto o tal sentimento humano, animal, Tao selvagem e tão natural pode se transformar, em nossa cultura, num intrincado jogo ou numa guerra incessante que vai oferecendo combates ou esfacelando vítimas abatidas, o papo foi se diluindo em reticências... cada um tem suas próprias histórias de amor ou suas experiências que buscam redefinir sentimentos muitas vezes indecifráveis.
Falamos do papel da literatura, a tal vida que imita a arte e do quanto a vida pode ser muito mais surreal do que a imaginação dos escritores.
Lembrou-se dos contos bizarros, das desculpas de assassinos para fugirem da condenação, das mentiras de amantes traidores, das ilusões de quem acredita ou deseja ser amado como se fosse um ícone obsessivamente adorado, das doenças emocionais, das atitudes passionais, e no inconsciente coletivo, a tal premissa, do "matar ou morrer", salvar-se , em atitude de legítima defesa.
Os indefesos da paixão, quem seriam? os jogadores que já entram em campo para perder o jogo? aqueles que se sentem inferiores ao tentar alcançar objetivos ou os que desistem de tanto buscar parceiros pelo caminho e preferem viver de passado ou de saudades?
Era preciso pensar na capa do livro. Falei do meu amigo português, o Telmo Gabriel, que sugeriu uma cama onde houvesse um tabuleiro de xadrez e peças com cabeças femininas e masculinas a disputarem o xeque-mate.
A idéia é boa. Vamos desenvolver, em poucos dias, talvez dez, porque a Bienal em Sampa, acontece em agosto, e o lançamento do livro, acertamos ontem, será no dia 14, um sábado, no stand da Editora Usina das Letras.
Despedi-me do grupo, rumo a caminhos interiores que me envolvem em verdadeiros labirintos. Pus-me a pensar nas batalhas que já travei e ainda travo em nome do amor. Confesso que muitas vezes me sinto cansada. Mas luto, porque, segundo meus companheiros de juventude, aliás inesquecíveis idealistas de esquerda, "a luta continua".
E, por uma questão de literatura, de escrita, de viver a vida, cá estou, nesta manhã de um sábado outonal, sentindo na pele e na alma, um imenso desejo de amar com maturidade, se isso ainda for possível.
Ontem, antes do tal almoço, na minha visita semanal ao Arruda, meu terapeuta, refletimos sobre o papel dos homens imaturos na passagem pela vida de mulheres que, como eu, vão amadurecendo, vão se desiludindo, vão asssentando mais os pés no chão, vão, para desencanto dos poetas, endurecendo, emburrecendo, esquecendo os sonhos, vão desviando do coração e do corpo, sentidos antes tão fortes. Mas como diria Che : "hay que endurecer, pero sin perder la ternura, jamás".
Lembrei das tais "tias" solteironas, pensei nas "viúvas" eternas, questionei as "solitárias" convictas, duvidei das "abandonadas" melancólicas , estranhei as "ditadoras" sádicas, interroguei as "poderosas" comandantes, penalizei-me das " enganadas" sabedoras, arrepiei-me pelas "assassinadas" indefesas, estremeci com as "injustiçadas" apedrejadas..."sofri" pelas mulheres "perdedoras" na guerra ou no jogo do amor...
Mas, num momento de lucidez necessária, vibrei com e pelas mulheres que contra-atacam. As que dão a volta, aquelas que amadurecem e vencem as partidas. As que não se deixam partir interiormente, que vão rejuntando cacos. Que sabem colar pedacinhos com a goma da esperança. São as que movem o mundo, criam filhos, sobrevivem, ainda se enfeitam, dançam, fazem comidas gostosas, deixam brilhar os olhinhos olhando a lua no céu, sentem as batidas fortes dos seus corações fatigados, mas permanecem na fé.
A fé é tudo, no jogo, na guerra, na vida, é tão feminina, a tal fé. Faz crer em dias melhores, em noites mágicas, em paixões possíveis, em amores premiados, em pessoas que virão aos nossos braços, que nos darão um ombro pra acalmar nossos medos e um colo para apaziguar nossos anseios.
Aí, recordei mulheres tão ardilosas que sabem vencer no jogo da vida, porque aprenderam a crer em si mesmas, aceitaram seu papel no mundo, fingem ser manipuladas, praparam inteligentes estratégias, levantam, sacodem a poeira e dão a volta por cima. Na próxima esquina, quem sabe lhes aguarda um troféu ou um pódium?
Talvez nem vençam a corrida, ou nem consigam o título maior, mas terão, sem dúvida, para sempre, o gosto honrado de terem sido bravas jogadoras e corajosas guerreiras. O segredo deve estar no seu talento em contra-atacar, mas eu não tenho certeza disso, e quem garante que venha a ter?
Cida Torneros.
sábado, 29 de maio de 2010
Amor: guerra ou jogo? Seriam as mulheres grandes perdedoras ou ardilosas vencedoras?
Estávamos sentados no Caravelas. Almoçando.
A senhora escritora ( eu), os editores Tomaz e Bárbara, e o jovem poeta, Bruno Graciano, que acabava de lançar na semana anterior, na Bienal de Minas Gerais, seu primeiro livro. Na sua camiseta uma palavra cintilante: sucesso! pensei... o mesmo sucesso que um jogador busca no jogo da vida, o sonho do vencedor, ou seria a vitória do guerreiro?
Durante a conversa, entremeada de brincadeiras, falou-se sobre o meu novo livro, de contos, cujo título "O contra-ataque do amor", remete à idéia do quanto o tal sentimento humano, animal, Tao selvagem e tão natural pode se transformar, em nossa cultura, num intrincado jogo ou numa guerra incessante que vai oferecendo combates ou esfacelando vítimas abatidas, o papo foi se diluindo em reticências... cada um tem suas próprias histórias de amor ou suas experiências que buscam redefinir sentimentos muitas vezes indecifráveis.
Falamos do papel da literatura, a tal vida que imita a arte e do quanto a vida pode ser muito mais surreal do que a imaginação dos escritores.
Lembrou-se dos contos bizarros, das desculpas de assassinos para fugirem da condenação, das mentiras de amantes traidores, das ilusões de quem acredita ou deseja ser amado como se fosse um ícone obsessivamente adorado, das doenças emocionais, das atitudes passionais, e no inconsciente coletivo, a tal premissa, do "matar ou morrer", salvar-se , em atitude de legítima defesa.
Os indefesos da paixão, quem seriam? os jogadores que já entram em campo para perder o jogo? aqueles que se sentem inferiores ao tentar alcançar objetivos ou os que desistem de tanto buscar parceiros pelo caminho e preferem viver de passado ou de saudades?
Era preciso pensar na capa do livro. Falei do meu amigo português, o Telmo Gabriel, que sugeriu uma cama onde houvesse um tabuleiro de xadrez e peças com cabeças femininas e masculinas a disputarem o xeque-mate.
A idéia é boa. Vamos desenvolver, em poucos dias, talvez dez, porque a Bienal em Sampa, acontece em agosto, e o lançamento do livro, acertamos ontem, será no dia 14, um sábado, no stand da Editora Usina das Letras.
Despedi-me do grupo, rumo a caminhos interiores que me envolvem em verdadeiros labirintos. Pus-me a pensar nas batalhas que já travei e ainda travo em nome do amor. Confesso que muitas vezes me sinto cansada. Mas luto, porque, segundo meus companheiros de juventude, aliás inesquecíveis idealistas de esquerda, "a luta continua".
E, por uma questão de literatura, de escrita, de viver a vida, cá estou, nesta manhã de um sábado outonal, sentindo na pele e na alma, um imenso desejo de amar com maturidade, se isso ainda for possível.
Ontem, antes do tal almoço, na minha visita semanal ao Arruda, meu terapeuta, refletimos sobre o papel dos homens imaturos na passagem pela vida de mulheres que, como eu, vão amadurecendo, vão se desiludindo, vão asssentando mais os pés no chão, vão, para desencanto dos poetas, endurecendo, emburrecendo, esquecendo os sonhos, vão desviando do coração e do corpo, sentidos antes tão fortes. Mas como diria Che : "hay que endurecer, pero sin perder la ternura, jamás".
Lembrei das tais "tias" solteironas, pensei nas "viúvas" eternas, questionei as "solitárias" convictas, duvidei das "abandonadas" melancólicas , estranhei as "ditadoras" sádicas, interroguei as "poderosas" comandantes, penalizei-me das " enganadas" sabedoras, arrepiei-me pelas "assassinadas" indefesas, estremeci com as "injustiçadas" apedrejadas..."sofri" pelas mulheres "perdedoras" na guerra ou no jogo do amor...
Mas, num momento de lucidez necessária, vibrei com e pelas mulheres que contra-atacam. As que dão a volta, aquelas que amadurecem e vencem as partidas. As que não se deixam partir interiormente, que vão rejuntando cacos. Que sabem colar pedacinhos com a goma da esperança. São as que movem o mundo, criam filhos, sobrevivem, ainda se enfeitam, dançam, fazem comidas gostosas, deixam brilhar os olhinhos olhando a lua no céu, sentem as batidas fortes dos seus corações fatigados, mas permanecem na fé.
A fé é tudo, no jogo, na guerra, na vida, é tão feminina, a tal fé. Faz crer em dias melhores, em noites mágicas, em paixões possíveis, em amores premiados, em pessoas que virão aos nossos braços, que nos darão um ombro pra acalmar nossos medos e um colo para apaziguar nossos anseios.
Aí, recordei mulheres tão ardilosas que sabem vencer no jogo da vida, porque aprenderam a crer em si mesmas, aceitaram seu papel no mundo, fingem ser manipuladas, praparam inteligentes estratégias, levantam, sacodem a poeira e dão a volta por cima. Na próxima esquina, quem sabe lhes aguarda um troféu ou um pódium?
Talvez nem vençam a corrida, ou nem consigam o título maior, mas terão, sem dúvida, para sempre, o gosto honrado de terem sido bravas jogadoras e corajosas guerreiras. O segredo deve estar no seu talento em contra-atacar, mas eu não tenho certeza disso, e quem garante que venha a ter?
Cida Torneros.
Amor: guerra ou jogo? Seriam as mulheres grandes perdedoras ou ardilosas vencedoras?
Amor: guerra ou jogo? Seriam as mulheres grandes perdedoras ou ardilosas vencedoras?
A vida, além da cozinha?
Maria Aparecida Torneros da Silva
A vida, além da cozinha?
Bem, meu bem, tem lá fora,
um sonho de amor aqui,
entre cebolas que me fazem chorar,
tenho nas mãos, os vegetais,
a natureza em flor, vou cortando,
descascando, macerando,
os elementos exalam cheiros,
as águas fervem,
mergulham-se temperos,
a alma a fritar...
Bem, meu bem, tem lá fora,
a paisagem da lagoa
enquanto dentro de mim,
alguns sentidos se erguem
vindo das minhas bisavós e ancestrais,
chegando, em mim, suas dores e cantos,
a beira do fogão, o fogo colorido,
a chama forte, abaixa o fogo,
diz a chefe da cozinha,
pra não estragar a comida,
fogo demais não pode...
põe mais água, pega o cuentro,
os tomates, a farinha,
busca o azeite de dendê,
mistura o tempo nas panelas,
mistura decidida,
que nada é mais importante que a comida
a manter as almas e os corpos em movimento...
Além da cozinha, tem o mundo, lá fora...
tem a vida... aqui dentro, pega o vinho,
bebe um gole, me dê,
me dê um abraço, por trás, cheirando o vento que espalha o amor,
que impregna a feitiçaria,
que daqui a pouco irá para o prato,
para a boca, para o estômago,
para o cérebro, para o espírito,
mesclando a lida, o trabalho,
a lagoa, a alegria,
juntando todos em torno da mesa,
ritual primitivo em torno do fogo da gula,
que é a cozinha da vida.
Cida Torneros
quarta-feira, 22 de junho de 2011
terça-feira, 21 de junho de 2011
quarta-feira, 15 de junho de 2011
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Santo António , de Lisboa, e de Pádua!
Santo António
Santo António de Lisboa, internacionalmente conhecido co...mo Santo António de Pádua, nasceu (Lisboa, 15 de Agosto de 1.191 ou 1.195 e faleceu em Pádua,l a 13 de Junho de 1.231), de seu nome de baptismo Fernando de Bulhões, foi um Doutor da Igreja que viveu na viragem dos séculos XII e XIII.
Primeiramente foi frade agostiniano, tendo ingressado como noviço (1.210) no Convento de São Vicente de Fora, em Lisboa, tendo posteriormente ido para o Convento de Santa Cruz, em Coimbra, onde fez seus estudos de Direito. Tornou-se franciscano em 1.220 e viajou muito, vivendo inicialmente em Portugal, depois na Itália e na França. No ano de 1.221 passou a fazer parte do Capítulo Geral da Ordem de Assis, a convite do próprio Francisco, o fundador. Foi professor de Teologia e grande pregador. Foi convidado por São Francisco para pregar contra os Albigenses em França. Foi transferido depois para Bolonha e de seguida para Pádua, onde morreu aos 36 (ou 40) anos.
Santo António de Lisboa é considerado por muitos católicos um grande taumaturgo, sendo-lhe atribuído um notável número de milagres, desde os primeiros tempos após a sua morte até aos dias de hoje.
Protector dos noivos, é tradição em Lisboa realizar-se um casamento colectivo, no dia 13 de Junho, na sua igreja, junto à Sé de Lisboa.
Santo António de Lisboa, viveu na primeira metade do século XIII, em plena Idade Média. Desenvolviam-se as cidades extra-muros (os burgos) e uma nova classe social de artesãos, mercadores, banqueiros, notários e médicos ascendia na sociedade e no poder: a burguesia.
Na Europa formavam-se as nacionalidades sob a égide do Sacro Império e os exércitos dos anglos, francos e germanos, dominados pelo espírito da cruzada, combatiam os turcos muçulmanos no Oriente (na Terra Santa) e os berberes muçulmanos no Ocidente (na Península Ibérica).
Em Portugal, nesse século, três reis sucederam-se no trono: primeiro Sancho I, filho de D. Afonso Henriques, empenhado em alargar o território e proceder ao povoamento do país que surgira sob o governo do seu pai; depois Afonso II neto de D. Afonso Henriques, que se envolveu em lutas civis contra suas irmãs, o que motivou a perda dos territórios já conquistados aos mouros a sul do Tejo, e finalmente Sancho II, filho deste último, grande conquistador, que se envolveu em questões com a Igreja Católica e com o papado e foi excomungado e deposto pelo Papa Inocêncio IV a favor de seu irmão Afonso III, conde de Bolonha.
Santo António, de seu nome Fernando, filho de Martim de Bulhões e Maria Teresa Taveira Azevedo, nasceu em Lisboa entre 1.191 e 1.195, (aceita-se oficialmente a data de 15 de Agosto de 1.195, numa casa próxima da Sé de Lisboa, às portas da cidade, no local, assim se pensa, onde posteriormente se ergueu a igreja sob sua invocação.
Fez os primeiros estudos na Igreja de Santa Maria Maior (hoje Sé de Lisboa), ingressando mais tarde, por volta de 1.210 ou 1.211, como noviço, na Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, no Mosteiro de São Vicente de Fora, guiado pela mão do então prior D. Estêvão.
Permaneceu em São Vicente de Fora por três anos, tendo com 18 ou 19 anos entrado no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, ao tempo um importante centro de cultura medieval e eclesiástica da Europa, onde realizou os estudos em Direito Canónico, Filosofia e Teologia.
O martírio de cinco franciscanos, decapitados em Marrocos, e a vinda dos seus restos mortais em 1.220 para Coimbra fizeram Fernando abraçar o espírito de evangelização e trocar a Regra de Santo Agostinho pela Ordem de São Francisco, recolhendo-se no Eremitério dos Olivais de Coimbra e mudando então o nome para António.
Por essa altura, decidiu deslocar-se a Marrocos em acção de evangelização, onde esteve, mas acometido por grave doença decidiram os Superiores da Ordem repatriá-lo. No regresso, uma forte tempestade arrastou o barco para as costas da Sicília. É aqui, na Itália, que António se notabilizaria como exímio teólogo e grande pregador.
Em Março de 1.222, em Forlì, dissertou para religiosos franciscanos e dominicanos de forma tão fluente e admirável que o Provincial da Ordem o destinou de imediato à evangelização e difusão da doutrina.
Fixou-se então em Bolonha onde se dedicou ao ensino da Teologia e à pregação, nomeadamente contra as heresias dos Cátaros, Patarinos e Valdenses, o que lhe valeu o título de incansável martelo dos hereges.
Seguiu depois para França com o objectivo de pregar contra os Albigenses e em 1.225 é pregador em Toulouse. Na mesma época foi-lhe confiada a guarda do Convento de Puy-en-Velay e teria à sua guarda igualmente a Província de Limoges, por escolha dos frades da Província. Dois anos mais tarde instalou-se em Marselha, mas brevemente seria escolhido para Provincial da Romanha.
Em Outubro de 1.226 morreu Francisco de Assis. António assistiu à canonização de São Francisco em 1.228. Neste ano deslocou-se a Ferrara, Bolonha e Florença. Durante 1.229 as suas pregações dividiram-se entre Varese, Bréscia, Milão, Verona e Mântua. Esta actividade absorvia-o de tal maneira que passou a dedicar-se exclusivamente a ela.
Em 1.231, e após contactos com o Papa Gregório IX, regressou a Pádua, sendo a quaresma desse ano marcada por uma série de sermões da sua autoria.
Foi canonizado pelo Papa Gregório IX, na catedral de Espoleto, em Itália, em 30 de Maio de 1.232, no processo de canonização mais rápido de sempre da Igreja Católica.
Foi proclamado doutor da Igreja pelo Papa Pio XII, em 1.946, que o considera «exímio teólogo e insigne mestre em matérias de ascética e mística».
Muitos escritos são atribuídos a Santo António, na sua maioria apócrifos. Segundo os estudiosos, os Sermões Dominicais e Festivos são a única obra autêntica escrita pelo punho de Frei António, com a marca da sua personalidade e espiritualidade.
Trata-se de 53 sermões dominicais, escritos em Pádua, no decurso do triénio pastoral como provincial para o Norte da Itália (Romanha) (1.227–1.230). A estes somam-se mais 4 para as festividades marianas. Os Sermões são mais precisamente um manual de pregação do que propriamente sermões ou homilias escritas.
Existe um sermão para cada domingo ou festividade, cujo desenvolvimento é feito com base no texto do evangelho da liturgia a que se refere, sendo o texto normalmente explicado segundo os quatro sentidos da interpretação escolástica: o sentido literal, o anagógico (em relação à vida eterna), o alegórico e o moral.
Para fundamentar a sua interpretação do texto Frei António recorre à patrística: são muito frequentes as citações de Santo Agostinho, Santo Ambrósio, São Jerónimo, São Gregório, São Bernardo e de outros, todos Padres da Igreja. Igualmente, Frei António, para ilustração de temas filosóficos ou morais, recorre a citações de Aristóteles, Cícero, Séneca e de outros pensadores gregos e romanos. Bom franciscano que era, Frei António abrilhanta os temas com referências à observação da natureza e ao saber científico da época.
Lê-se na história natural que a abelhas pequenas são as mais laboriosas, têm asas subtis e cor negra, como se fossem queimadas. Sermão do 3.º Domingo da Quaresma, IV-4.
A história natural diz-nos que o veado apascenta na estrada movimentada, porque sabe que o lobo evita a estrada frequentada pelo homem. Sermão do 3.º Domingo da Quaresma, Em louvor... 4
O fim último dos Sermões é a glória de Deus, mas o seu fim específico e imediato é a instrução dos crentes e o desejo de lhes oferecer uma ajuda para a sua vida religiosa e o necessário saber para o precioso anúncio da palavra de Deus.
Para glória de Deus e edificação das almas, para consolação dos leitores e ouvintes, para o aprofundamento do sentido das Sagradas Escrituras, recorrendo aos vários passos do Antigo e Novo Testamento, constituímos um transporte com o qual nos elevaremos da terra ao céu... Prólogo 5
A sua representação iconográfica mais frequente é a de um jovem tonsurado envergando o traje dos frades menores (franciscanos), segurando o Menino Jesus sobre um livro e tendo uma cruz, ou um ramo de açucenas, na outra mão. Esses atributos podem ser substituídos por um saco de pão, embora geralmente a figura do Menino Jesus (nu ou vestido, de pé ou sentado, interagindo ou não com o Santo) mantenha-se na outra mão. Uma rara representação iconográfica, exclusiva a Portugal e suas ex-colónias, mostra o Santo trajando as vestes de "menino de coro" ou de sacristão, segundo a tradição que, em adolescente, teria sido "coroinha" na Sé de Lisboa. Em pintura, o Santo pode ser visto em adoração frente a uma aparição do Menino, a pregar aos peixes (objecto de um sermão do Padre António Vieira, séculos mais tarde), tal como São Francisco pregava aos pássaros, fazendo que uma mula se ajoelhe diante de um ostensório ou achando em um cofre o coração de um ávaro. Considerado padroeiro dos pobres, é também invocado para ajudar a encontrar objetos perdidos, numa oração conhecida como os responsos (no que é similar a São Longuinho, invocado mais frequentemente no Brasil do que em Portugal).
Santo António de Lisboa é enfim comummente considerado como um Santo casamenteiro; segundo a lenda, era um excelente conciliador de casais.
No Brasil, muitas moças afoitas por encontrar um marido retiravam o bebé dos braços das estátuas do Santo, prometendo devolvê-lo depois de alcançarem o seu pedido. Por esse motivo, alguns párocos mandavam fazer a estátua do santo com o Menino Jesus preso ao corpo do Santo, evitando assim o seu sequestro. Outras jovens colocam a imagem de cabeça para baixo, dizem que só a mudariam de posição quando Santo António lhes arranjasse marido. Estes rituais eram geralmente feitos na madrugada do dia 13 de Junho. Outro facto pitoresco digno de nota, é quando a estátua se parte nestas lides - nesse caso, os cacos devem ser juntos e deixados num cemitério.
Numa cerimónia, conhecida como trezena (por ter a duração de treze dias), os fiéis entoam cânticos, soltam fogos, e celebram comes e bebes junto a uma fogueira com o formato de um quadrado. Essa festança acontece entre 1 e 13 de Junho - é a famosa festa de Santo António.
Ainda há um outro costume que é muito praticado pelos fiéis. Todo o dia 13 de Junho, certas igrejas distribuem aos pobres "pãezinhos de Santo António" que, segundo a tradição devem ser guardados dentro de uma lata de mantimentos, para que não falte comida durante o ano. Há quem diga que o pão não mofa, mantendo-se íntegro pelo período de um ano.
Em Portugal, Santo António é muito venerado na cidade de Lisboa e o seu dia, 13 de Junho, é feriado municipal.
As festas em honra de Santo António começam logo na noite do dia 12. Todos os anos a cidade organiza as marchas populares, grande desfile alegórico que desce a Avenida da Liberdade (principal artéria da cidade), no qual competem os diferentes bairros.
Um grande fogo de artifício costuma encerrar o desfile. Os rapazes compram um manjerico (planta aromática) num pequeno vaso, para oferecer às namoradas, as quais trazem bandeirinhas com uma quadra popular, por vezes brejeira ou jocosa. A festa dura toda a noite e, um pouco por toda a cidade, há arraiais populares, locais de animação engalanados onde se comem sardinhas assadas na brasa, febras de porco (fêveras), caldo verde (uma sopa feita com couve tipo mineira, cortada aos fiapos, o que lhe confere uma cor esverdeada) e se bebe vinho tinto. Ouve-se música e dança-se até de madrugada, sobretudo no antigo e muito típico Bairro de Alfama.
Santo António é o santo casamenteiro, por isso a Câmara Municipal de Lisboa costuma organizar, na Sé Patriarcal de Lisboa, o casamento de jovens noivos de origem modesta, todos os anos no dia 13 de Junho. São conhecidos por 'noivos de Santo António', recebem ofertas do município e também de diversas empresas, como forma de auxiliar a nova família.
No Brasil, onde o Santo tem muitos devotos, é também frequentemente reverenciado como Santo Antônio, o Casamenteiro. O arraial de Santo Antônio do Leite, no Estado de Minas Gerais, Brasil, tem em sua igreja uma imagem de Santo António de Lisboa, trazida de Portugal em finais do século XVII.
Em Barbalha, no interior do Ceará, o mês de Junho é dedicado ao Santo, que é padroeiro da cidade. Destaca-se o Pau da Bandeira, cerimônia onde os devotos cortam uma árvore de grande porte e a utilizam como mastro com uma bandeira de Santo Antônio. A festividade reúne milhares de pessoas.
No sincretismo religioso, Santo Antônio é conhecido no Candomblé da Bahia como Ogum, o orixá da guerra.
O Santo é também padroeiro da cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, e de Patos de Minas e Juiz de Fora, no estado de Minas Gerais, onde seu dia é feriado municipal.
Em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, com uma vasta programação, a festa para o Santo padroeiro é celebrada com missa diária, pastelada, barracas com comidas típicas, quadrilha, noites temáticas, e shows. A festa é tradicional e tem como principal atractivo o bolo de metro com várias alianças, que é repartido e distribuído sempre no dia 13. O pedaço do bolo é bem requisitado pelas mulheres solteiras que sonham com um casamento próximo. Diz à tradição que aquela que achar uma aliança no pedaço de bolo é a grande sortuda a subir ao altar com um noivo.
A cidade de Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, também tem como padroeiro o Santo, onde a Paróquia de Santo Antônio realiza todos os anos a trezena e no dia 13 a missa e bênção do pão.
Em Borba, no interior do Amazonas, a Festa de Santo António é comemorada no período de 1 a 13 de Junho e, em 2.009, comemoraram-se 253 anos de amor e fé. Romeiros de vários estados e até do exterior marcam presença nos festejos todos os anos para pedirem ou agradecerem pelas graças recebidas. O município possui a Basílica de Santo António de Borba, que é a 1ª da América Latina e a 5ª do Mundo a possuir relíquias de Santo António.
No Piauí, a maior festa religiosa da região, reverenciada ao Santo, acontece em Campo Maior.
Na Paraíba, no municipio de Fagundes, há mais de um século a conhecida Pedra de Santo Antônio é visitada por turistas e romeiros de todo o Brasil, no dia 13 de Junho, que é feriado no município.
Em Santa Catarina, no município de Sombrio, são celebradas as Trezenas durante treze dias antes do sábado que antecede a festa, com benção dos pães de Santo Antonio e feriado municipal no dia 13 de Junho. A cidade é uma das poucas no Brasil a possuir uma relíquia do Santo, trazida de Pádua (Itália) por uma comitiva que incluiu festeiros de 2.011, o prefeito municipal e o pároco.
Situados perto da Sé Patriarcal de Lisboa, a Igreja e Museu Antoniano em Lisboa são o centro da devoção ao santo lisboeta, em especial no dia que lhe é dedicado, 13 de Junho.
O Museu Antoniano é um museu monográfico dedicado à vida e veneração do Santo, exibindo, em exposição permanente, objectos litúrgicos, gravuras, pinturas, cerâmicas e objectos de devoção que evocam a vida e o culto ao Santo.
O Museu fica anexo à Igreja, local onde, de acordo com a tradição, nasceu o Santo. Em conjunto, esses dois espaços constituem um dos mais importantes locais de homenagem ao mesmo.
No ano de 1.995 comemorou-se o 800.º aniversário do seu nascimento, com grandes celebrações por toda a cidade de Lisboa.Ver mais
De: António F. Oliveira Figueiredo
domingo, 12 de junho de 2011
O que contam sobre Antonio, o santo mago e doutor!
O que contam sobre Antonio, o santo mago e doutor!
Dizem que Frei Antonio pregava para os peixes. Dizem mais: que os peixinhos punham suas carinhas sobre a água e o ouviam, em contrição. São tantas as histórias que contam sobre este Santo de origem portuguesa que viveu e morreu na Itália, se fez discípulo e amigo de São Francisco.
Ele também se dedicou aos pobres, andou pregando pela África e surpreendeu aos seus contemporâneos, pelos transportes físicos, quando, ao meditar, diante dos fiéis, ele ali deixava o corpo, como que petrificado, e era visto em lugares distantes, como se pudesse se materializar, em viagem espiritual, de difícil explicação lógica, verdadeiros atributos de um mago.
Defendeu, inclusive, seu próprio pai, e este conseguiu absolvição pois era acusado sem provas e os juízes aceitaram o argumento do Santo, e seu pensamento se perpetua através do culto e da fé. Segundo registros, Santo Antônio livrou o pai da forca. Tinha havido um crime de morte em Portugal, onde nascera Santo Antônio.e todas as suspeitas do crime recaíam sobre o pai do santo. No dia do julgamento, os juízes estavam reunidos para proferir a sentença condenatória. Assentado ali no banco dos réus, seu pai não podia se defender. Nesse momento Santo Antônio estava fazendo um sermão numa igreja da Itália. Conta-se que, em dado instante, ele interrompeu o sermão e ficou imóvel, como se estivesse dormindo em pé. Durante esse mesmo tempo foi visto na sala do júri, em Portugal, conversando com os juizes. Entre outras coisas, disse-Ihes o santo: Por que tanta precipitação? Posso provar a inocência do meu pai. Venham comigo até o cemitério. Aceitaram o convite. Frei Antônio mandou abrir a cova do homem assassinado e perguntou ao defunto: "Meu irmão, diga perante todos, se foi meu pai quem matou você".
Para espanto dos juízes e de todos que ali estavam, o defunto abriu a boca e disse devagar, como se estivesse medindo as palavras: "Não foi Martinho de Bulhões quem me matou". E tornou a calar-se. Estava provada de maneira milagrosa a inocência do seu pai. Operou-se aí dois fatos milagrosos, a bilocação, ou ato de uma pessoa estar (por milagre) em dois locais ao mesmo tempo, e o poder de reanimar os mortos.
Entre tantos legados para nossa reflexão, ele estudou e se formou em Coimbra, alguns são mesmo preciosidades :
- O pão simboliza a caridade e deve estar unida a outro alimento de boas obras.
- A esperança gera um sentimento de humildade.
- É tanta a beleza da magestade divina que anima as almas a possui-la.
- A fé e a esperança são as duas asas da alma, com elas se eleva das coisas terrenas e seascende do visível ao invisível.
- A esperança é a aceitação dos bens futuros.
- O rosto de Deus está impresso em nossa razão.
Venerado e lembrado em diversos continentes, o Santo foi se tornando lenda, adquiriu fama de encontrar coisas e pessoas perdidas, de achar companheiros e promover casamentos, de proteger os pobres, de zelar pelo pão das famílias, e suas várias histórias passam através dos séculos, fortalecendo os corações dos que o buscam na fé, como exemplo de vida e dedicação à religiosidade. O jovem padre que se juntou aos Franciscanos da Itália, passou três anos, lecionando, pregando e fazendo milagres no sul da França – Montpellier, Toulouse, Lê Puy, Bourges, Arles e Limoges. Muitos episódios da sua passagem pela terra levam a refletir sobre seus predicados paranormais, equivalendo-se em práticas de yoguis, devido a atos contemplativos e intensas meditações.
Não é a-toa que o povo brasileiro incorporou, por herança cultural e religiosa, a devoção ao santo português, que é celebrado de norte a sul do país, com festas e folguedos, ladainhas, trezenas, orações pessoais ou em grupo.
Quanto à sua imagem, trazendo o menino Jesus nos braços, se deve ao que contou o conde Tizo. Estando o Santo em casa do conde, em Camposampiero, recolhido num quarto em oração, o conde, curioso, espreita pelas frestas de uma porta a atitude de Frei Antônio; depara-se então uma cena miraculosa: a Virgem Maria entrega o Menino Jesus nos braços de Santo Antônio. O menino tendo os bracinhos enlaçados ao redor do pescoço do frade conversava com ele amigavelmente, arrebatando-o em doce contemplação. Sentindo-se observado, Antonio, que já estava no fim da vida ( ele morreu com 36 anos) faz conde Tiso jurar que só contaria o visto após a sua morte. A revelação deste fato resultou na figura ímpar de um santo que traz nos braços o menino Deus. Salve Antonio, o santo mago e doutor da fé e da esperança.
Cida Torneros
junho de 2009
Dizem que Frei Antonio pregava para os peixes. Dizem mais: que os peixinhos punham suas carinhas sobre a água e o ouviam, em contrição. São tantas as histórias que contam sobre este Santo de origem portuguesa que viveu e morreu na Itália, se fez discípulo e amigo de São Francisco.
Ele também se dedicou aos pobres, andou pregando pela África e surpreendeu aos seus contemporâneos, pelos transportes físicos, quando, ao meditar, diante dos fiéis, ele ali deixava o corpo, como que petrificado, e era visto em lugares distantes, como se pudesse se materializar, em viagem espiritual, de difícil explicação lógica, verdadeiros atributos de um mago.
Defendeu, inclusive, seu próprio pai, e este conseguiu absolvição pois era acusado sem provas e os juízes aceitaram o argumento do Santo, e seu pensamento se perpetua através do culto e da fé. Segundo registros, Santo Antônio livrou o pai da forca. Tinha havido um crime de morte em Portugal, onde nascera Santo Antônio.e todas as suspeitas do crime recaíam sobre o pai do santo. No dia do julgamento, os juízes estavam reunidos para proferir a sentença condenatória. Assentado ali no banco dos réus, seu pai não podia se defender. Nesse momento Santo Antônio estava fazendo um sermão numa igreja da Itália. Conta-se que, em dado instante, ele interrompeu o sermão e ficou imóvel, como se estivesse dormindo em pé. Durante esse mesmo tempo foi visto na sala do júri, em Portugal, conversando com os juizes. Entre outras coisas, disse-Ihes o santo: Por que tanta precipitação? Posso provar a inocência do meu pai. Venham comigo até o cemitério. Aceitaram o convite. Frei Antônio mandou abrir a cova do homem assassinado e perguntou ao defunto: "Meu irmão, diga perante todos, se foi meu pai quem matou você".
Para espanto dos juízes e de todos que ali estavam, o defunto abriu a boca e disse devagar, como se estivesse medindo as palavras: "Não foi Martinho de Bulhões quem me matou". E tornou a calar-se. Estava provada de maneira milagrosa a inocência do seu pai. Operou-se aí dois fatos milagrosos, a bilocação, ou ato de uma pessoa estar (por milagre) em dois locais ao mesmo tempo, e o poder de reanimar os mortos.
Entre tantos legados para nossa reflexão, ele estudou e se formou em Coimbra, alguns são mesmo preciosidades :
- O pão simboliza a caridade e deve estar unida a outro alimento de boas obras.
- A esperança gera um sentimento de humildade.
- É tanta a beleza da magestade divina que anima as almas a possui-la.
- A fé e a esperança são as duas asas da alma, com elas se eleva das coisas terrenas e seascende do visível ao invisível.
- A esperança é a aceitação dos bens futuros.
- O rosto de Deus está impresso em nossa razão.
Venerado e lembrado em diversos continentes, o Santo foi se tornando lenda, adquiriu fama de encontrar coisas e pessoas perdidas, de achar companheiros e promover casamentos, de proteger os pobres, de zelar pelo pão das famílias, e suas várias histórias passam através dos séculos, fortalecendo os corações dos que o buscam na fé, como exemplo de vida e dedicação à religiosidade. O jovem padre que se juntou aos Franciscanos da Itália, passou três anos, lecionando, pregando e fazendo milagres no sul da França – Montpellier, Toulouse, Lê Puy, Bourges, Arles e Limoges. Muitos episódios da sua passagem pela terra levam a refletir sobre seus predicados paranormais, equivalendo-se em práticas de yoguis, devido a atos contemplativos e intensas meditações.
Não é a-toa que o povo brasileiro incorporou, por herança cultural e religiosa, a devoção ao santo português, que é celebrado de norte a sul do país, com festas e folguedos, ladainhas, trezenas, orações pessoais ou em grupo.
Quanto à sua imagem, trazendo o menino Jesus nos braços, se deve ao que contou o conde Tizo. Estando o Santo em casa do conde, em Camposampiero, recolhido num quarto em oração, o conde, curioso, espreita pelas frestas de uma porta a atitude de Frei Antônio; depara-se então uma cena miraculosa: a Virgem Maria entrega o Menino Jesus nos braços de Santo Antônio. O menino tendo os bracinhos enlaçados ao redor do pescoço do frade conversava com ele amigavelmente, arrebatando-o em doce contemplação. Sentindo-se observado, Antonio, que já estava no fim da vida ( ele morreu com 36 anos) faz conde Tiso jurar que só contaria o visto após a sua morte. A revelação deste fato resultou na figura ímpar de um santo que traz nos braços o menino Deus. Salve Antonio, o santo mago e doutor da fé e da esperança.
Cida Torneros
junho de 2009
sábado, 11 de junho de 2011
Cida Torneros: A escritora carioca se apaixona pela Cidade Eterna, canta “Arrivederci Roma” na partida, e promete voltar
Posted on 04-06-2011
Cida Torneros: A escritora carioca se apaixona pela Cidade Eterna, canta “Arrivederci Roma” na partida, e promete voltar
================================================
CRÔNICA/ETERNA
Arrivederci Roma !!!
Maria Aparecida Torneroso
A guia espanhola Miria, do tour que nos conduzia por muitas cidades da Italia, depois de uma semana percorrendo MilÃo, Verona, Veneza, Florença, Padua, Siena e Assis, ao entrarmos no perimetro urbano da capital italiana, assim definiu : Roma nos ricibe con un poquito de lluvia, pero luego nos donara suya historia y sus diversas caras…
Em realidade, dos nove dias previstos para estar em Roma, hoje, na vespera de deixar a cidade, não canso de explorar suas muralhas, escavações, movimentos artisticos, praças memoraveis, restaurantes com pastas e pizzas deliciosas, seu ir e vir impregnado de paixão, turismo, arte, religiosidade, um mundo mixto em que convivem leituras possiveis de tantos Imperadores, da ascensão do Cristianismo, da organização republicana, das origens do Direito Romano, e ainda, das comemorações dos 150 anos da unidade da Italia, em 2 de junho.
Compareci ao desfile militar misturando me ao povo, pude sentir seu orgulho e nacionalismo.
Pairando no ar, era fácil respirar o clima veramente italiano, diante de séculos de conquistas e lutas, de superações de guerras, de desenvolvimento econômico, e, sobretudo, de união em torno da sua propria identidade nacional.
A força aerea italiana abriu e fechou a parada militar desenhando nos céus a bandeira em fumaça colorida de verde, vermelho e branco. Era possivel observar familias postadas diante das laterais das ruas do desfile, com crianças, senhores, senhoras, aplaudindo os vários setores que compuseram a marcha, representando regimentos, com seus uniformes históricos, de combates centenários ou recentes, compostos de homens e mulheres treinados para defender a Patria. Quando velhinhos ex -combatentes passavam de pé, em jipes, segurando a bandeira nacional, o povo gritava Bravo! e um arrepio corria em resposta ao sentimento perfeitamente identificavel do quanto a Italia de hoje está consolidada e identificada no coração da sua gente.
Em visita a uma exposição comemorativa, destaquei as informações sobre a emigração italiana entre 1870 e a grande guerra, 14 milhões de italianos emigraram e somente 2 milhões foram repatriados. O sangue italiano espalhou -se por outros continentes, principalmente Amèrica, implantando em terras distantes sua cultura e impondo seus costumes.
Por aqui, no velho mundo, a Italia segue sendo a soma de regiões distintas que se complementam.
Em Roma, vive- se exatamente a sintese do espirito italiano formatado neste século e meio de unidade nacional. diante do Coliseo, inaugurado no inicio da era cristã, a constatação de uma grandiosidade arquitetonica cujas ruinas, a despeito de catástrofes e terremotos, comprovam a vocação deste lugar para impor-se ao mundo, ainda que através de seculos tenham se habituado a compreender que há por aqui o que os historiadores chamam de cidades superpostas.
A cada nova escavação, novas descobertas, o velhissimo se junta ao moderno e a cidade se atropela, com 4 milhões de habitantes, 2 milhões de automóveis e um milhaã de motocicletas. Sem contar os milhares de turistas que por aqui transitam diariamente em busca de desvendar o segredo que infesta suas ruas , as famosas praças como Navona e Espagna, a Fontana de Trevi, um misterioso segredo de alma inquieta, numa cidade peculiarmente impregnada de eternidade entre glorias e derrotas.
Roma despertou lembranças adolescentes, os filmes como Vacaciones em Roma, com Audrey Hepburn, o amor dos anos 60, na Roma do Candelabro Italiano, o recente Gladiador, ou mesmo o clássico e inesquecivel Ben Hur.
Roma è mesmo cinematografica, como não lembrar da cena de La dolce vita, com Mastroiani na Fontana de Trevi…
No Vaticano, pompa, circunstancia, tudo se junta, fè, poder, seu museu é impressionantemente rico em arte e ouro. A capela Sistina, um convite a interpretar o gênio que foi Miguel Angelo, sua Pietá, na Basilica de S. Pedro, inspira o divino e conduz o humano desejo de endenter a divindade.
Não basta estar em Roma, caminhar por suas ruas, observar seus volteio, buscar sua beleza eterna, histórica, frenética, religiosa, comerciante, turistica, politica, coalhada de monumentos, anjos imensos no Castelo Santangelo, estatuas equestres imponentes, bandeiras tremulantes, a figuraçao da Loba amanentando Romulo e Remo, os arcos de Tito e Constantino, a estação Termini, e o Pantheon, que cultuou os sete Deuses da antiguidade e que agora se rende a Cristo.
Roma, com suas mais de 400 igrejas catolicas, os milhares de tratorias, cafés, ristorantes, o gosto pela boa comida, boa musica, tudo isso faz de Roma exatamente um mundo a parte.
Roma è um lugar onde se quer voltar, e de onde se sai, lembrando suas muitas caras, cantarolando Arrivederci Roma, eu voltarei!
Cida Torneros é jornalista e escritora, mora no Rio de Janeira e está em viagem pela Europa.
(1) Comment Read More Comments
Cida Torneros on 5 junho, 2011 at 4:47 # Vitor, hj estou em Lisboa, sempre maravilhosa. Na quarta, 8 de junho, retorno ao Brasil,obrigada pelo carinho!!!bjs
Cida Torneros: A escritora carioca se apaixona pela Cidade Eterna, canta “Arrivederci Roma” na partida, e promete voltar
================================================
CRÔNICA/ETERNA
Arrivederci Roma !!!
Maria Aparecida Torneroso
A guia espanhola Miria, do tour que nos conduzia por muitas cidades da Italia, depois de uma semana percorrendo MilÃo, Verona, Veneza, Florença, Padua, Siena e Assis, ao entrarmos no perimetro urbano da capital italiana, assim definiu : Roma nos ricibe con un poquito de lluvia, pero luego nos donara suya historia y sus diversas caras…
Em realidade, dos nove dias previstos para estar em Roma, hoje, na vespera de deixar a cidade, não canso de explorar suas muralhas, escavações, movimentos artisticos, praças memoraveis, restaurantes com pastas e pizzas deliciosas, seu ir e vir impregnado de paixão, turismo, arte, religiosidade, um mundo mixto em que convivem leituras possiveis de tantos Imperadores, da ascensão do Cristianismo, da organização republicana, das origens do Direito Romano, e ainda, das comemorações dos 150 anos da unidade da Italia, em 2 de junho.
Compareci ao desfile militar misturando me ao povo, pude sentir seu orgulho e nacionalismo.
Pairando no ar, era fácil respirar o clima veramente italiano, diante de séculos de conquistas e lutas, de superações de guerras, de desenvolvimento econômico, e, sobretudo, de união em torno da sua propria identidade nacional.
A força aerea italiana abriu e fechou a parada militar desenhando nos céus a bandeira em fumaça colorida de verde, vermelho e branco. Era possivel observar familias postadas diante das laterais das ruas do desfile, com crianças, senhores, senhoras, aplaudindo os vários setores que compuseram a marcha, representando regimentos, com seus uniformes históricos, de combates centenários ou recentes, compostos de homens e mulheres treinados para defender a Patria. Quando velhinhos ex -combatentes passavam de pé, em jipes, segurando a bandeira nacional, o povo gritava Bravo! e um arrepio corria em resposta ao sentimento perfeitamente identificavel do quanto a Italia de hoje está consolidada e identificada no coração da sua gente.
Em visita a uma exposição comemorativa, destaquei as informações sobre a emigração italiana entre 1870 e a grande guerra, 14 milhões de italianos emigraram e somente 2 milhões foram repatriados. O sangue italiano espalhou -se por outros continentes, principalmente Amèrica, implantando em terras distantes sua cultura e impondo seus costumes.
Por aqui, no velho mundo, a Italia segue sendo a soma de regiões distintas que se complementam.
Em Roma, vive- se exatamente a sintese do espirito italiano formatado neste século e meio de unidade nacional. diante do Coliseo, inaugurado no inicio da era cristã, a constatação de uma grandiosidade arquitetonica cujas ruinas, a despeito de catástrofes e terremotos, comprovam a vocação deste lugar para impor-se ao mundo, ainda que através de seculos tenham se habituado a compreender que há por aqui o que os historiadores chamam de cidades superpostas.
A cada nova escavação, novas descobertas, o velhissimo se junta ao moderno e a cidade se atropela, com 4 milhões de habitantes, 2 milhões de automóveis e um milhaã de motocicletas. Sem contar os milhares de turistas que por aqui transitam diariamente em busca de desvendar o segredo que infesta suas ruas , as famosas praças como Navona e Espagna, a Fontana de Trevi, um misterioso segredo de alma inquieta, numa cidade peculiarmente impregnada de eternidade entre glorias e derrotas.
Roma despertou lembranças adolescentes, os filmes como Vacaciones em Roma, com Audrey Hepburn, o amor dos anos 60, na Roma do Candelabro Italiano, o recente Gladiador, ou mesmo o clássico e inesquecivel Ben Hur.
Roma è mesmo cinematografica, como não lembrar da cena de La dolce vita, com Mastroiani na Fontana de Trevi…
No Vaticano, pompa, circunstancia, tudo se junta, fè, poder, seu museu é impressionantemente rico em arte e ouro. A capela Sistina, um convite a interpretar o gênio que foi Miguel Angelo, sua Pietá, na Basilica de S. Pedro, inspira o divino e conduz o humano desejo de endenter a divindade.
Não basta estar em Roma, caminhar por suas ruas, observar seus volteio, buscar sua beleza eterna, histórica, frenética, religiosa, comerciante, turistica, politica, coalhada de monumentos, anjos imensos no Castelo Santangelo, estatuas equestres imponentes, bandeiras tremulantes, a figuraçao da Loba amanentando Romulo e Remo, os arcos de Tito e Constantino, a estação Termini, e o Pantheon, que cultuou os sete Deuses da antiguidade e que agora se rende a Cristo.
Roma, com suas mais de 400 igrejas catolicas, os milhares de tratorias, cafés, ristorantes, o gosto pela boa comida, boa musica, tudo isso faz de Roma exatamente um mundo a parte.
Roma è um lugar onde se quer voltar, e de onde se sai, lembrando suas muitas caras, cantarolando Arrivederci Roma, eu voltarei!
Cida Torneros é jornalista e escritora, mora no Rio de Janeira e está em viagem pela Europa.
(1) Comment Read More Comments
Cida Torneros on 5 junho, 2011 at 4:47 # Vitor, hj estou em Lisboa, sempre maravilhosa. Na quarta, 8 de junho, retorno ao Brasil,obrigada pelo carinho!!!bjs