Maracanã

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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Jeanne Moreau 2008

A Banda, de Chico Buarque de Holanda, nunca é demais homenagear o Chico!


19/06/2009 - 16:24

Os 65 anos de Chico Buarque

texto de Luis Nassif ( de 98?)

Não chore ainda não
De Luís Nassif – 15/11/1998
A primeira vez que ouvi Chico Buarque de Hollanda eu devia ter uns 14 ou 15 anos. Foi em um programa da extinta TV Tupi, não sei se “Almoço com as Estrelas” ou um programa do Fernando Faro. O cantor tocava seu violão e nem olhava para a câmara. Acho que cantava “Pedro Pedreiro”.
No início de 1965, com 15 anos incompletos, passei seis meses estudando eletrônica, em Santa Rita do Sapucaí. Fui morar na república WC, a mais barra pesada da cidade, liderada pelo itajubano José Saia, que exibia no braço esquerdo marcas que, assegurava, eram de navalhadas que recebera de Mineirinho, o mais célebre bandido da época. Toda manhã acordava com meu companheiro de beliche, Salário Mínimo, de São José dos Campos, tocando no violão a valsa “Subindo aos Céus”, de Aristides Borges.
Música antiga, só na WC. Nas noitadas de Santa Rita, reinava a bossa nova, com o violão do Salário Mínimo, de São José, do Tota, de Poços de Caldas, a voz do Marcão, de Ouro Preto. Em cada serenata se punham literalmente de joelhos quando falavam de Vanda Sá, a Vanda Vagamente, musa absoluta, cujo retrato estava em um altarzinho na república WC.
Quando voltei a Poços, no segundo semestre de 1965, foi que teve início a era Chico Buarque de Holanda. Chico estourou, ao lado de Geraldo Vandré, no famoso Primeiro Festival da Record. Politizada, nossa turma torcia pela “Disparada”, de Vandré. Mas nas serestas, nossa companheira era “A Banda”, de Chico. A televisão, ainda novidade, transformou a disputa no fato nacional mais comentado do período. Pouco depois, “Olé Olá” foi lançada e transformou-se em hino nas nossas serenatas.
Questionamento
No final dos anos 60 teve início um processo de questionamento do seu talento. Os pós- bossa-novistas, imersos em acordes cada vez mais complexos e inócuos, criticando o que consideravam excesso de simplicidade de suas harmonias. Os transgressores políticos criticando sua suposta alienação. Os transgressores formais abraçando a Tropicália e criticando seu conservadorismo formal. Mas nas serenatas, a música de Chico continuava soberana. E cada lançamento era aguardado com a ansiedade com que se espera a terceira profecia de Fátima.
O auge do sentimento anti-Chico foi no Festival Internacional da Canção, quando grupos politizados vaiaram (pasmem!) ele e Tom Jobim, em repúdio à vitória de “Sabiá” sobre “Caminhando”, de Vandré.
Aos poucos, no entanto, o caráter de Chico Buarque foi se impondo e marcando nossa geração, não apenas como o compositor lírico e inspirado, mas como referência de caráter. Chico não se envolvia em quizilas musicais, não fazia fofocas, não se deslumbrou com o sucesso inicial -e talvez não tenha havido outro caso de sucesso tão retumbante na música brasileira. Sequer reclamou das vaias. Continuava na sua.
Quando a ditadura recrudesceu, Chico seguiu para o exílio, passou um tempo na Itália. Retornou em seguida, transformando-se na mais influente voz contra a ditadura.
Recém-admitido como estagiário da revista “Veja”, fui incumbido de cobrir seu primeiro show na volta do exílio, na boate Dobrão, de São Paulo. Tinha dois meses de jornalismo e me pediam uma crítica contra o maior nome da MPB da época. Nervoso com a responsabilidade do primeiro trabalho, tomei umas cubas libres a mais, antes de entrar no camarim de Chico, para entrevistá-lo e ao MPB-4. Estava com medo, pânico de me comportar como tiete.
No show, Chico havia tentado se soltar, gritando além do que recomendava sua timidez, porque, no padrão estético pós-Vandré, música que não provocasse “arrepio” não era boa. Arrisquei a primeira pergunta: “Será que essa sua nova maneira de cantar meio gritado se coaduna com seu estilo?”. Não sei se o Magro ou o Aquiles, virou para Chico e provocou: “Quer dizer que você está saindo com a Duna?”. E a Duna se transformou em tema para meia hora de, devo admitir, gozação de primeiríssima contra o foca aqui. Com umas cubas libres a mais, procurei manter a dignidade na medida do possível, sem muito sucesso.
Saímos de lá e fomos a um bar na esquina, a esta altura o grupo inteiro bêbado. No bar, por acaso, estava Nelson Cavaquinho. Chico foi direto ao seu ídolo. “Nelson Cavaquinho, você é meu ídolo, vou beijá-lo”. E Nelson, mais embriagado ainda: ” Não beijo homem. E você não conhece nada de música”. Estavam os dois, um de cada lado de uma mesa de ferro fundido. Chico avançou por sobre a mesa para beijar o ídolo e desabaram, mesa e Chico sobre Nelson Cavaquinho, por pouco não produzindo a tragédia mais estranha de toda história da MPB. Ambos sobreviveram ao tombo, e eu à ressaca.
Raízes do Brasil
Nos anos seguintes, o país avançou mais ainda na grande noite da ditadura, passou pelo caso Herzog, pelo caso Ednardo, pelo início da abertura, passou pelo milagre e pela moratória, por Figueiredo e pelas diretas, por Sarney e por Collor.
Ainda nos anos 70, as músicas de Sidnei Miller permitiam aos resistentes a celebração da solidariedade e da esperança em dias melhores em pequenos saraus, onde abrigávamos nosso medo. Mas foi o lírico Chico, que fazia músicas “alienadas”, quem passou a encarnar cada vez mais a resistência ao arbítrio. Não se tratava de nada politizado, ideologizado, de grupo. Era a indignação de um homem de caráter, explodindo em sátiras e declarações contra os ditadores.
Foi ele quem rasgou o medo quando explodiu “Apesar de Você”, que se transformou na premonição da campanha pelas eleições diretas.
Recuperadas as liberdades democráticas, ser contra a ditadura voltou a ser bom negócio. O país foi subjugado por interesses corporativistas. Oportunistas de toda espécie se apresentavam como adversários da ditadura e exigiam sua parte no butim, em favores ou cargos.
Chico percebeu os novos ventos, e se recolheu. Voltou às suas músicas líricas, a celebrar a dor- de-cotovelo, a refletir a nostalgia da idade, a celebração das filhas se tornando mulheres, os dissabores amorosos, os valores eternos do sentimento humano.
À medida que minha geração vai chegando aos 50, fica cada vez mais claro que, para os que passaram pelos dissabores da ditadura, que acompanharam os primeiros passos do Brasil rumo à maioridade, Chico Buarque foi e continuará sendo a expressão maior das raízes do Brasil, a celebração maior do caráter nacional, o homem ao mesmo tempo internacional e profundamente Brasil.
Que Deus dê longa vida ao mestre, e que seu exemplo ajude a iluminar, cada dia, um país que luta desesperadamente para encontrar seu rumo.



A Banda
PORTUGUESE ENGLISH
Estava à toa na vida, o meu amor me chamou I had nothing to do, my love called me
Pra ver a banda passar, cantando coisas de amor To see the band going by, singing things of love
A minha gente sofrida, despediu-se da dor My long-suffering people, said goodbye to the pain
Pra ver a banda passar, cantando coisas de amor To see the band going by, singing things of love
O homem sério que contava dinheiro, parou The serious man that was counting money, stopped
O faroleiro que contava vantagem, parou The man that was bragging, stopped
A namorada que contava as estrelas The girlfriend that was counting the stars
Parou para ver, ouvir e dar passagem Stopped to see, hear and give way
A moça triste que vivia calada, sorriu The sad young lady that was always quiet, smiled
A rosa triste que vivia fechada, se abriu The sad rose that was always closed, opened
E a meninada toda se assanhou And all the children got excited
Pra ver a banda passar, cantando coisas de amor To see the band going by, singing things of love
Estava à toa na vida, o meu amor me chamou I had nothing to do, my love called me
Pra ver a banda passar, cantando coisas de amor To see the band going by, singing things of love
A minha gente sofrida, despediu-se da dor My long-suffering people, said goodbye to the pain
Pra ver a banda passar, cantando coisas de amor To see the band going by, singing things of love
O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou The weak old man forgot his tiredness and thought
Que ainda era moço pra sair no terraço e dançou That he was still young to go to the terrace and danced
A moça feia debruçou na janela The ugly young lady leaned out of the window
Pensando que a banda tocava pra ela Thinking that the band was playing for her
A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu The cheerful march spread in the avenue and insisted
A lua cheia que vivia escondida, surgiu The full moon that was always hidden, appeared
Minha cidade toda se enfeitou My whole town dressed up
Pra ver a banda passar, cantando coisas de amor To see the band going by, singing things of love
Mas para meu desencanto, o que era doce acabou But for my disappointment, what was sweet was over
Tudo tomou seu lugar, depois que a banda passou Everything returned to its place, after the passed
E cada qual no seu canto, em cada canto uma dor And every one in its corner, in every corner a pain
Depois da banda passar, cantando coisas de amor After the band passed, singing things of love
Depois da banda passar, cantando coisas de amor After the band passed, singing things of love
Depois da banda passar, cantando coisas de amor After the band passed, singing things of love

Em francês , os nossos...











O que é o Ano da França no Brasil


Institucional

Datas : 21 de abril - 15 de novembro 2009 (Abertura na data da Inconfidência Mineira e encerramento na  comemoração da Proclamação da República)
Grandes linhas :
A França já está presente no Brasil através de uma programação cultural e de cooperação de qualidade. O Ano da França no Brasil visa, portanto aperfeiçoar e consolidar esta presença valorizando a competência e o know-how da França contemporânea, elementos sobre os quais deve se fundamentar a nova parceria estratégica franco-brasileira. Dentro desse espírito, a programação, que envolve todos os setores da nossa cooperação, é construída pelos dois comissariados em torno de três eixos:
-  a França hoje : criação artística, inovação tecnológica ; pesquisa científica ; debate de idéias ; dinamismo econômico.
-  a França diversa : diversidade do know-how ; diversidade regional ; diversidade sócio-cultural.
-  a França aberta : busca de parcerias franco-brasileiras que devem inspirar os projetos ; parcerias franco-brasileiras com outros países do mundo (África, Caribe, América Latina).
O Ano envolve as principais cidades brasileiras e atinge todos os públicos. Está prevista a organização de manifestações itinerantes e de alguns grandes eventos populares, especialmente para as cerimônias de abertura. As cooperações descentralizadas entre regiões francesas e brasileiras são mobilizadas neste sentido. Enfim, a organização de uma campanha de comunicação bem secundada pela mídia brasileira permite conferir a visibilidade necessária ao Ano.
Modalidades de organização Pelo lado francês, a organização do Ano da França no Brasil depende do Ministério dos Assuntos Exteriores e Europeus. A organização é implementada pelo comissariado francês do Ano e por Culturesfrance, operador delegado do Ministério dos Assuntos Exteriores e Europeus e do Ministério da Cultura e da Comunicação para os intercâmbios culturais internacionais. As representações diplomáticas francesas e brasileiras estão mobilizadas desde a fase de preparação do Ano. Os outros ministérios e operadores envolvidos na organização do Ano fazem parte de um comitê de direção que se reúne periodicamente sob a autoridade do Ministério dos Assuntos Exteriores e Europeus.
A implantação de um comitê misto de organização composto, pelo lado francês, de representantes designados pelos Ministérios dos Assuntos Exteriores e da Cultura e, pelo lado brasileiro, por representantes designados pelo governo brasileiro, assegura a coerência de programação e dos compromissos orçamentários. O comitê se reúne alternadamente na França e no Brasil para aprovar a programação, o plano de comunicação e o financiamento do Ano. Essas reuniões são transcritas em atas aprovadas e assinadas pelas duas partes. Os projetos escolhidos pelo comitê misto são incluidos na programação oficial que lhes permite beneficiar-se da campanha de comunicação do Ano e, em alguns casos, receber apoio financeiro do fundo comum.
Os projetos apresentados por operadores brasileiros são apresentados ao comissariado brasileiro. Os projetos apresentados por operadores franceses são apresentados ao comissariado francês.
Modalidades de financiamento
Os dois países participam do financiamento do Ano, sendo as despesas divididas da seguinte forma :
A cargo da França :
-  As missões preparatórias de seus especialistas e operadores efetuadas no Brasil e as missões de acompanhamento dos projetos realizados;
-  As viagens ao Brasil das equipes, bem como o transporte internacional ida e volta das obras.
-  Os seguros de « ponta a ponta » para as exposições, desde a retirada da obra do suporte de origem até seu retorno inicial, por ocasião do transporte e na zona de liberação alfandegária. As condições de transportes, de seguro, de escolta devem ser explicitadas com precisão quando de eventual circulação pelo Brasil.
-  Despesas de produção inicial da obra se for o caso ou empréstimo da obra

A cargo do Brasil
-  As missões de preparação dos peritos e operadores das estruturas anfitriãs
-  As viagens no Brasil
-  As estruturas responsáveis pela programação e que acolhem uma manifestação assumem o pagamento dos cachês, das diárias e hospedagem das equipes convidadas, colocam à disposição gratuita o local, assumem as despesas de produção in situ, os gastos com cenografia e montagem-desmontagem, o material audiovisual se necessário, o catálogo, as despesas de comunicação (cartazes, convites, etc) e os gastos com serviços de segurança.

Os dois países podem entrar em acordo sobre a criação de um fundo comum de ajuda aos projetos, completado pelo recurso ao mecenato. A coordenação do patrocínio é feita, pelo lado francês, pelo comissariado francês e o comitê de patrocinadores em ligação com as câmaras de comércio franco-brasileiras e, pelo lado brasileiro, pelo comissariado brasileiro. Os dois comissariados elaboram em conjunto um sistema de contrapartidas que satisfaça os patrocinadores franceses e brasileiros.
Campanha de comunicação A comunicação global cabe aos parceiros oficiais que recorrem aos serviços de agências de comunicação especializadas. Ela é implementada pelo comissariado brasileiro em estreita colaboração com os serviços da Embaixada da França e o Departamento de Comunicação de Culturesfrance. Um fundo comum para a comunicação é formado com este objetivo

Ano da França no Brasil promove intercâmbio de estudantes


Ano da França no Brasil promove intercâmbio de estudantes
Semana Franco-Brasileira do Ensino Superior contará com a presença de mais de 100 instituições
Com o objetivo de fortalecer a cooperação acadêmica entre França e Brasil, será realizado entre os dias 3 e 8 de outubro, em três capitais brasileiras, a Semana Franco-Brasileira do Ensino Superior. O evento, que integra o calendário oficial das comemorações do Ano da França no Brasil, contará com a participação de mais de 70 universidades francesas.
“É um dos mais completos eventos de educação realizado nos últimos anos. Além de contar com debates sobres novas atividades profissionais, é organizado também para servir de estímulo para promover o intercâmbio de estudantes. Educação é uma das prioridades no Ano da França no Brasil”, afirmou o diretor de Relações Internacionais do Ministério da Cultura, Marcelo Dantas.
A abertura da Semana ocorrerá em São Paulo, no dia 2 de outubro, com o Colóquio Formações e Profissões do Futuro, quando serão realizadas mesas redondas com acadêmicos e empresários. No seminário, serão discutidas as necessidades e as políticas de recursos humanos das empresas para novas e inovadoras atividades em expansão, assim como as ofertas de formação dessas nas instituições de ensino. O colóquio será realizado no Teatro Raul Cortez, sede da Fecomercio, no bairro da Bela Vista, região central da capital paulista.
Após o colóquio, nos dias 3 e 4, o Salão Campus France, instalado no prédio da Bienal, no Parque do Ibirapuera, oferece a possibilidade de contato direto entre alunos e interessados e as instituições acadêmicas. Com a participação de mais de cem universidades dos dois países, o objetivo será promover novas oportunidades de estudar na França. Serão apresentadas diversas ofertas francesas de ensino superior; além de acordos de cooperação e programas de intercâmbio. Informações para estudantes sobre todos os procedimentos administrativos como inscrições, bolsas e vistos.
O Ateliê São Paulo, que ocorre no dia 3 de outubro, reunirá instituições de ensino francesas e brasileiras, agências de fomento à pesquisa e instâncias governamentais ligadas ao Ensino Superior, à pesquisa e à cooperação internacional para debater interesses em comum.
Após São Paulo, o evento segue para Belo Horizonte, no dia 6 de outubro, e encerra suas atividades no Rio de Janeiro, dois dias depois. A Semana Franco-Brasileira do Ensino Superior é organizada pela CampusFrance e Cendotec e patrocinada pela Thales. Conta com o apoio da Aliança Francesa, Belta, Fiesp, Senai, France Guide, Empregos.com.br, FAUBAI, CAPES e da Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria de Relações Internacionais, do Governo do Brasil e da República Francesa.
Serviço
Colóquio Formações e Profissões do Futuro
Rua Dr. Plínio Barreto, n.º 285 – Teatro Raul Cortez, sede da Fecomercio – Bela Vista – São Paulo
Data: 2 de outubro, a partir das 8h30
Inscições pelo site fmf2009@cendotec.org.br
Outras informações pelo site http://www.estudarnafranca.com.br/.

Os patrocinadores do Ano da França no Brasil ( http://anodafrancanobrasil.cultura.gov.br/) são:
Comitê de patrocinadores franceses:
Accor, Air France, Alstom, Areva, Caixa Seguros, CNP Assurance, Câmara de Comércio França-Brasil, Dassault, DCNS, EADS, GDF SUEZ, Lafarge, PSAPeugeot Citroën, Renault, Saint-Gobain, Safran, Thales, Vallourec.

Patrocinadores brasileiros:
Banco Fidis, Banco Itaú, Bradesco, BNDES, Caixa Econômica Federal, Centro Cultural Banco do Brasil, Correios, Eletrobrás, Fiat, Gol, Grupo Pão de Açúcar, Infraero, Oi, Petrobras, Santander, Serpro.

Parceria: Ministério da Cultura, Ministério das Relações Exteriores, TV5Monde, Ubifrance, Aliança Francesa, CulturesFrance, TV Brasil, SESC, SESC SP.
Realização:
Governo Federal do Brasil e República Francesa

Informações para jornalistas:
Assessoria do Ano da França no Brasil: 
Entrelinhas Comunicação
Contatos: (11) 3066-7700 e franca.br2009@entrelinhas.net
As fotos também estão disponíveis em  http://www.flickr.com/photos/francabr2009/e os vídeos, em http://www.youtube.com/francabr2009

Petrópolis Gourmet vai homenagear a França


PETRÓPOLIS GOURMET VAI HOMENAGEAR A FRANÇA
Aguardem a 9ª edição do evento mais saboroso da Serra
Falta pouco para o mais famoso festival gastronômico da Região Serrana: o Petrópolis Gourmet, que este ano vem com o tema “Vive La France – O Reflexo da Culinária Francesa na Cidade Imperial”, em comemoração ao Ano da França do Brasil. O evento, que será realizado no período de 12 a 22 de novembro, deixará a cidade de Petrópolis em evidência no cenário turístico brasileiro, destacando principalmente a gastronomia local.
O objetivo principal é disseminar as faces e peculiaridades da culinária francesa, aliadas às raízes da colonização desta civilização no município. É um verdadeiro atrativo para os apreciadores da boa mesa e envolve uma extensa programação com chefs renomados, oficinas, baile de máscaras, cursos, competições e atrações voltadas para um público de todas as idades. Participam também os principais restaurantes da cidade, com a criação de um menu de acordo com o tema. A proposta é gerar maior ocupação nos hotéis e restaurantes, capacitar os profissionais do setor e aumentar a geração de emprego e renda.
Os franceses efetivamente marcaram presença pelos seus hábitos de vida, cultura, boas maneiras e civilidade. Pode-se definir esta gastronomia como a fusão de três elementos indispensáveis: a riqueza de ingredientes, a sabedoria na maneira de utilizá-los e o requinte nos mínimos detalhes. A diversidade de pratos e a imensa quantidade de ingredientes frescos e bem conservados contribuem para a formação de uma cozinha elaborada e sofisticada.

Para Flávio Câmara, presidente do Petrópolis Convention & Visitors Bureau, associação responsável pela realização do evento, o festival será um verdadeiro encontro entre o passado e o presente dos franceses na Cidade Imperial. “Fomos muito felizes na escolha do tema deste ano, que referenda o nosso município na sua multiplicidade de etnias, homenageando os franceses. Eles deixaram a sua influência desde a colonização até os dias de hoje, através principalmente da gastronomia, que tornou Petrópolis referência nacional”, disse.
O Petrópolis Gourmet está no calendário oficial de eventos não só do município, mas também do estado do Rio de Janeiro, e foi chancelado pelo Ministério da Cultura na programação oficial do Ano da França no Brasil. Além de contribuir para o desenvolvimento cultural do público e da região que está inserido, é uma oportunidade de expor a multiplicidade da arte e da cultura da cidade. Movimenta não só os restaurantes, mas também os segmentos hoteleiro, comercial e turístico. A principal razão da existência desse festival é a união de três importantes fatores: promoção do destino Petrópolis, integração da comunidade e intercâmbio cultural. Vive La France!
Um pouquinho de Petrópolis…
É um destino turístico fantástico. O clima ameno, o rico patrimônio histórico e a abundante vegetação são grandes atrativos que fazem da Cidade Imperial uma opção para passar dias agradáveis e prazerosos. Aliar tanta beleza natural com um movimentado e tradicional festival gastronômico é mais do que um simples e irrecusável convite.
Petrópolis está entre os 65 municípios indutores do turismo do país. Tem muitas histórias para contar. Histórias que se entrelaçam e formam a mais fascinante de todas: a de uma cidade que remete a um importante período da História do Brasil. Uma cidade que traz a história de um tempo e soube acompanhar todos os tempos, sendo hoje um dos mais expressivos destinos turísticos do Estado do Rio de Janeiro.

Chico Buaque - Joana Francesa - Jeanne Moreau




Jeanne Moreau está no Rio para o festival de Cinema
o texto ( copiado do Bahia em Pauta) é da jornalista Maria Olívia



Moreau, Filha de Iansã
Maria Olívia
Convidada de honra do Festival de Cinema do Rio, que acontece na Cidade Maravilhosa, a atriz francesa Jeanne Moreau, de 81 anos, disse que descobriu sua afinidade com o candomblé : Minhas cores são o azul e o branco.
A atriz – que teve o privilégio da amizade dos escritores Jean Genet, Marguerite Duras, Henrry Miller e Anais Nin, e inspirou Orson Welles, Truffaut, Antonioni, Buñuel, Werner Fassbinder e Toony Richardson (com quem foi casada) – ainda guarda com carinho na memória a imagem de Dona Maria, a senhora que a hospedou numa fazenda durante as filmagens de Joanna Francesa (1975), longa que o diretor Cacá Diegues rodou no interior de Alagoas, há trinta anos, no verão de 73/ 74.
“Ela me lembrou muito uma das mulheres mais importantes da minha vida, minha avó, que eu chamava de Memé. Quando eu era pequena ela falava para mim: Você não nasceu para ficar atrás das portas, servindo pessoas. Cuide para que não morras uma idiota, viu?…Pois é, a grande estrela do cinema e teatro franceses aprendeu a lição da avó, mantendo intacto seu interesse pelas coisas e pessoas a sua volta. Exemplo : tem devorado, como criança, os inúmeros livros sobre a história e a cultura do Brasil que encontrou no apartamento do cônsul da França, no bairro do Flamengo, onde ela está hospedada.
“Estou aprendendo coisas maravilhosas sobre o país. Entendo minha ligação com o Brasil, embora tenha passado quatro meses aqui e nunca mais ter voltado. Todos esses diferentes povos invadiram o Brasil e aqui ainda falam a mesma língua…Na França, um país muito menor, temos os britânicos, os bascos, todos querem ser independentes, ter a própria língua – disse Moreau, enquanto tragava um cigarrinho, ao repórter Carlos Heli de Almeida, do Jornal do Brasil. E a religião?, perguntou o repórter do JB. O candomblé pegou todos os santos católicos. Sou filha de Iansã, minhas cores são azul e branco.
Os vários compromissos que se acumulam na agenda, a impedem de concluir um projeto antigo, o de escrever um livro de memórias. Culpa também a falta de disciplina e sua admiração pelos grandes escritores, “gente que respeito muito e cuja genialidade não quero comprometer”.
- Ainda pretendo concluir minhas memórias, sim. O tempo passa e espero que minha força de vontade coincida com minhas intenções. Não escreverei algo tradicional, do início ao fim, porque reajo ao que acontece ao mundo a minha volta, que está sempre mudando. Tome como exemplo o cinema. Nos anos 60, os diretores queriam enteder este mistério chamado mulher. É uma deusa, uma puta ? Hoje é tudo sexo físico. Não se usam mais palavras como voluptuosa ou sensual. Tudo se resume a trepar.

Maria Olivia é jornalista

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Brigitte Bardot Save Animals




Brigitte Bardot, a musa da liberalidade feminina dos anos 60!




Acho que o ano era 1962. Não estou bem certa. Eu e minhas amigas pré-adolescentes copiávamos para costureira os modelos das calças saint-tropez, a la Brigitte, o que era a última moda e nos deixava com o umbiguinho de fora. Cintura baixa, a pernas em patas de elefante, blusinhas de organza leve, alguns babadinhos e frou-frou. Nossos cabelos, para seguir a musa sensual francesa que despontava como objeto sonhado nas telinhas, ainda nos atrevíamos a pintar mechas claras nos cabelos e usar grandes franjas que caíam selvagengente pelo rosto, emoldurando ares de menina em carinha de mulheres aprendizes.


A Brigitte era nossa ferinha indomável, dava gosto de ler nas revistas semanais as reportagens sobre seus amores , casamentos, rodagens de filmes. Seus ares quase infantis, de BB, literalmente passando aquele jeito de adolescente sapeca, usando por exemplo modelitos em xadrez cor de rosa com babadinhos de bordado inglês, quem não se lembra de vestidos com bolsos, mangas tres quartos, lacinhos e decotes audaciosos?


Ela ditava moda, induzia a comportamentos, incitava a desvendar mistérios de uma femea que Deus criara para seduzir através da sua arte e do seu encanto físico, a uma legião de fãs que se espalharam pelo mundo.  


Seu amor pela natureza, pelos animais, pelo planeta, é precursor das campanhas ecologicamente corretas dos tempos atuais. Ela se fazia natural por ser, intuitivamente, encantando-se com as praias agrestes da pequenina colônia de pescadores em Búzios, que hoje é reflexo do sua passagem por aquelas terras do Estado do Rio, para onde acorrem turistas ansiosos de conhecer a orla Bardot e tirar fotos com a estátua dela, que na beira do mar, acalenta os sonhos da mulher amante das praias.


Brigitte resistiu ao tempo, como defensora dos animais, como símbolo sexual, como artista polêmica em torno de posições assumidas e por muitas lutas que trava em prol da sobrevivência de muitas espécies.


Mas , o que me parece bem ao seu jeito e quase passa despercebido, é que ela é a própria defesa do seu exemplar humano, um espécime raro de fêmea livre, consciente, decidida, resolvida, amante do amor como entrega e realidade, criatura capaz de oferecer dádivas de prazeres em olhares perseguidores, aqueles que sempre a perseguiram na tentativa de descobrir seus banhos de sol em nudez tão natural quanto inocente, tão pura quanto sintonizada com a paisagem que a acolheu sempre nos esconderijos onde habitoe ainda mora, com seus animais e seus amores.


Ela está casada desde os 58 anos de idade com o mesmo homem, segundo o noticiário, parece bem feliz no casamento longo, e , aos 75 anos, dá exemplo de vida bem vivida, continua sendo um sonho de mulher inalcançável para muitos fãs.


Por sorte, não perdeu a sensualidade dos olhares e da boca, inconfundível, de lábios cujo coração desenhado mantém o convite ao prazer de viver a vida, com pouca roupa, pés descalços, cabelos ao vento, sorriso espontâneo, ela é a receita simples de vida ao ar livre ou de um estrelato que convive pacificamente com a bandeira da causa ecológica universal. 


Brigitte continua a mesma menina, quem duvidar, que a acompanhe e constate, segue brigando para salvar bichinhos e preservar reservas ambientais, esbraveja contra poluição e matanças de espécies indefesas, abraça focas, beija cães e gatinhos, deita ao sol nas manhãs do verão francês e ressurge de vez em quando, em ocasiões especiais, quando sua aparição tem o dom de restituir ao público décadas de magia de uma deusa loura, tão senhora de si agora, como ousou ter sido antes, e como será sempre, confiante e intensa, como diria a propaganda de produtos de beleza.
Cida Torneros

La BARDOT, ELA FAZ 75 anos hoje! viva Brigitte!!


FÁBIO TRINDADE E MÁRCIA PEREIRA ( do site Terra Magazine)


Um dos maiores símbolos sexuais dos anos 50 e 60, a atriz francesa Brigitte Bardot - ou simplesmente BB - entrou para a história do cinema com a sensualidade de suas curvas e de sua boca carnuda muito antes de Angelinas e Megans. BB completa nesta segunda-feira (28) 75 anos.
Ela nasceu morena, espevitada e cheia de alegria, na Paris de 1934, de pai engenheiro e industrial e mãe atriz e dançarina.


Da capa de revista ao estrelato


Brigitte Anne-Marie Bardot tinha aspirações de brilhar, seja sob os holofotes de um palco, de uma passarela ou de um estúdio fotográfico. Aos 15 anos ela daria um grande passo para consolidar sua carreira de estrela ao estampar a capa de maio de 1949 da revista Elle.
Um certo assistente de direção, encantado com sua foto, arrancou-a da revista e mostrou a imagem da garota ao diretor de cinema com o qual trabalhava. Era o começo da carreira da morena Camille Javal (seu primeiro nome artístico) sob os holofotes do cinema, onde, por 20 anos, uma depois loira Brigitte Bardot reinou.
Em 1952 ela se casaria com o tal assistente de direção que a descobriu, Roger Vadim. A parceria do casal rendeu ao cinema cinco filmes, dirigidos por ele e estrelados por ela - mesmo depois de separados.
Ninfa do cinema


Brigitte foi uma mulher que, já na dourada mas ainda recatada década de 50, teve a coragem de se despir diante das câmeras. E, diferente das atrizes brasileiras, em pleno terceiro milênio - que, segundo um certo ator global, são "coagidas a se despir por diretores babões" -, La Bardot parecia se divertir ficando nua. Era como se soubesse que, sendo uma deusa da beleza, tinha mesmo a missão de propagar seu encanto pelos cantos da Terra. E, para ela, a melhor maneira de fazê-lo era desfilando de biquíni ou nua em seus mais de 40 filmes. Os mortais súditos agradeceram essa sua generosidade.


Amor, selvagem amor


Por conta, aliás, desse seu "carisma sexual", os namorados e maridos vinham e iam na rápida velocidade com que ela entrava e saía de um projeto cinematográfico. Depois do casamento de cinco anos com Vadim, BB casou-se mais três vezes.
Em 1959 ela escolheu como marido o galã francês Jacques Charrier. Seu único filho, Nicolas-Jacques Charrier, foi fruto dessa relação de três anos - um casamento conturbado, cheio de altos e baixos, que culminou na tentativa de suicídio, dele. O terceiro casamento, entre 1966 e 1969, foi com o multimilionário alemão Gunter Sachs. Em 1992, aos 58 anos, ela se casou com o industrial Bernard d'Ormale, com quem está junto até hoje.
Esse seu espírito livre gerou criticas dos mais conservadores, mas também só aumentou o desejo de grande parte dos homens por ela. Uma equação explosiva, bem ao sabor de La Bardot.


Mais de 40 filmes


A primeira aparição nas telonas da musa foi em 1952 no longa Manina, La Fille Sens Voile, que já usou e abusou de sua sensualidade no frescor de seus 18 anos. Vieram então comédias românticas e de costume, romances históricos e também dramas.
Sua performance sensual retumbou em Hollywood e, ainda na década de 50, BB participou de co-produções americanas, como Um Ato de Amor (1953), com Kirk Douglas. Com o filme, ela aportou no Festival de Cannes daquele ano e seu sucesso foi definitivamente consolidado.
Em 1956, sob a direção de Vadim, ainda como seu marido, La Bardot estrelou E Deus Criou a Mulher - sobre uma garota de 18 anos com um forte apetite sexual que "incendeia" um pacato vilarejo beira-mar (Saint-Tropez) -, seu maior sucesso.
Em cerca de 21 anos, BB fez 45 filmes com um rol invejável de galãs e diretores renomados. Marcello Martroianni, Alain Delon e Sean Connery, entre outros, contracenaram com ela. Jean-Luc Godard e Louis Malle a dirigiram mais de uma vez e ela teve ainda a companhia de Claudia Cardinale e Jeanne Moreau, entre outras belas e talentosas colegas, em cena.
Seu poder de sedução conquistou a França e o mundo a tal ponto que em 1969 o escultor francês Alain Gourdon usou sua imagem como modelo para a sua versão do busto de Marianne, a figura feminina que representa os ideais da república francesa - anos depois, Catherine Deneuve e a modelo e atriz Laetitia Casta também serviram de modelo para a famosa e cultuada estátua.
Amante "in natura"
BB teve muitos amores: os homens, o cinema. Mas a paixão que mais perdurou e até aumentou com a idade (e com o acúmulo das marcas de expressão) foi pela natureza e pelos animais.
Graças a Brigitte a cidade de Búzios (RJ), com sua beleza naturalmente selvagem (como BB), ficou conhecida mundialmente. No verão de 1964 ela passou uma temporada no, até então, pequeno vilarejo do litoral carioca conhecido como Armação dos Búzios. O local foi o escolhido para hospedá-la na companhia do namorado da época, Bob Zaguri, um produtor marroquino que viveu alguns anos no Brasil.
Sua visita ao balneário fluminense "colocou "o lugar no mapa-múndi das celebridades. Definitivamente, La Bardot se apaixonou pelo local (ela voltou em dezembro do mesmo ano para passar o Natal). Em homenagem à musa - também uma grande amante do balneário francês Saint-Tropez -, foi criada a Orla Bardot, na Praia dos Ossos, e instalada uma estátua de bronze da atriz em tamanho natural. Também, o único cinema de Búzios foi batizado com o seu nome.
Quando anunciou sua aposentadoria das telonas em 1973, Brigitte tornou-se vegetariana e resolveu empregar sua beleza e carisma em uma nova causa: a defesa dos direitos dos animais.
Em 1977 voltou aos holofotes após denunciar o massacre de bebês-foca no norte do Canadá. Em 1986, lançou a Fondation Brigitte Bardot, para abrigar suas lutas a favor dos animais do mundo. Declarada uma entidade de utilidade pública pelo governo francês, em 1995, nomeou Dalai Lama como seu membro honorário.


Sempre polêmica


Entre as lutas embrenhadas por sua fundação estão campanhas contra a caça das baleias, as experiências em laboratório com animais, as brigas autorizadas entre cães e o comércio de casacos de pele - tópico, aliás, que valeu um episódio constrangedor envolvendo Sophia Loren, quando a atriz italiana estrelou uma campanha publicitária com casados de pele (furiosa, Bardot publicou uma carta exigindo que Sophia se retratasse e pedisse desculpas, o que não aconteceu).
La Bardot envolveu-se em outras polêmicas, quando lançou seus livros auto-biográficos Initiales BB, de 1996, e Um Grito no Silêncio, em 2003. Em ambos, lavou a roupa suja com seus maridos e amantes - o que provocou um troco do segundo marido, Jacques Charrier, que lançou em resposta o livro Ma Réponse à Brigitte Bardot, no qual revela que BB, quando estava grávida do único filho deles, Nicolas, disse que a criança era como um câncer que crescia em seu ventre.
Também se revelou preconceituosa em relação aos negros, homossexuais e imigrantes. Por causa dessas suas posições foi acusada e multada por incitar o ódio racial.
Bela, apimentada e polêmica são características que a definem bem e a levaram ao sucesso e a mexer com os sentidos dos homens comuns e daqueles tocados por algum talento artístico. De Bob Dylan a Elton John, passando por Billy Joel, Red Hot Chili Peppers, The Who e até Caetano Veloso, BB inspirou letras e melodias.
E assim, após sete décadas e meia, ela ainda visita a fantasia masculina. Não como a senhorinha de 75 anos, que vive entre Saint-Tropez e Paris, mas como a eterna jovem de cara de anjo, que esconde uma incontrolável fúria sexual. Viva La Bardot!